Sergio Moro decide trocar de partido e deve desistir de concorrer à Presidência da República

Atualmente no Podemos, Moro migrará para o União Brasil, que tenta viabilizar outro destino para o ex-juiz da Lava Jato

Após ser ventilada a desistência do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), da disputa pelo Palácio do Planalto, o que será confirmado pelo tucano na tarde desta quinta-feira (31), o pré-candidato Sérgio Moro (Podemos) também deve abrir mão da candidatura para estar dentro dos termos estabelecidos pelo União Brasil para sua entrada na legenda. 

Na manhã desta quinta-feira, o ex-juiz da Lava Jato bateu o martelo sobre a ida para o União. O movimento já abre precedentes para especular o futuro político de Moro, já que o pernambucano Luciano Bivar, presidente da legenda, havia condicionado a Moro a desistência da campanha presidencial para concorrer a uma vaga no Congresso pelo seu partido. 

O ex-ministro Sérgio Moro informou à presidente do Podemos, Renata Abreu, que deixará o partido.  “Saiu oficialmente, comunicou a presidente do partido, Renata Abreu, agora cedo“, disse ao Estadão o senador Jorge Cajuru (Podemos-GO). “Ele está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder”, afirmou Kajuru.

Moro tem aliados no União Brasil, como os deputados Júnior Bozzella (SP) e Kim Kataguiri (SP), mas uma ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda, ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não querem tê-lo como candidato a presidente.

Confirmando-se as duas desistências, a terceira via nestas eleições poderia ser consolidada numa única candidatura, que ainda gera incertezas sobre uma possível participação de Moro aliado a Eduardo Leite (PSDB-RS) ou Simone Tebet (MDB-MS), com papéis ainda indefinidos sobre quem se colocaria na cabeça ou concorreria como candidato a vice-presidente. 

O próprio Luciano Bivar já vinha sendo colocado como pré-candidato da União à presidência da República. Com a movimentação e acordo entre as legendas, tudo pode mudar até propriamente o período da campanha eleitoral de 2022. 

O ex-juiz da Lava Jato esteve com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, na segunda-feira, 28, e os dois debateram sobre a possibilidade de unificar as candidaturas de terceira via. O União Brasil, partido que foi originado da fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Via Jornal do Commércio de Pernambuco

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