Postos vendem gasolina a preço de custo em campanha pela reeleição de Bolsonaro

Donos de postos de combustíveis do Distrito Federal decidiram abrir mão de seus lucros na tentativa de reelegerem o presidente Jair Bolsonaro. A maioria deles está vendendo gasolina a preço de custo.

Segundo representantes do setor, a ordem é queimar caixa neste momento para que a população possa sentir o bem-estar provocado pelo governo, ao forçar o Congresso a limitar a cobrança de ICMS sobre combustíveis até o fim deste ano.

Os donos de postos do Distrito Federal, na sua maioria, apoiam Bolsonaro. Para eles, não há a menor possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, voltar ao poder.

A combinação de preços é informal, para não despertar suspeitas entre os órgãos reguladores. Os empresários veem a zeragem das margens de lucro como uma contribuição indireta à campanha pela reeleição de Bolsonaro.

Movimento disseminado

Quem acompanha o setor diariamente garante que esse movimento de apoio ao presidente da República não se restringe ao Distrito Federal. Está disseminado por vários estados, com destaques para Rio de Janeiro e São Paulo.

A pergunta que alguns empresários se fazem é até quando conseguirão operar sem margem de lucro, tendo de cobrir despesas com empregados e demais custos operacionais. “Essa politicagem vai quebrar gente”, diz um empresário.

A volta a realidade para os consumidores ocorrerá depois das eleições. Os empresários que agora estão sacrificando os lucros em favor da reeleição de Bolsonaro vão pesar a mão para recompor o caixa. “A verdade virá à tona”, destaca outro dono de postos.

Uma grande preocupação, no entanto, surgiu entre aqueles que atuam para manter o atual ocupante do Palácio do Planalto por mais quatro anos no cargo: o Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a Polícia Federal a realizar buscas e apreensões entre empresários que defendem a volta da ditadura e são suspeitos de financiarem atos antidemocráticos.

“A ordem é de silêncio total. Estão suspensas quaisquer trocas de mensagens que possam ser usadas contra o grupo”, conta um representante do setor. “As conversas para a definição de estratégias, a partir de agora, serão pessoalmente”, acrescenta.

Via Correio Braziliense.

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