‘Pensei como pai’, diz motorista que não cobrou corrida de mãe com bebê ardendo em febre

Mesmo precisando, o motorista parceiro da 99, Juliano da Silva Prates, não cobrou a corrida de uma mãe solo que estava com seu bebê no colo ardendo de febre.

Juliano tinha acabado de deixar um passageiro no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, quando recebeu um pedido de corrida vindo da Brasilândia, na Zona Sul da Capital Paulista. Já era tarde da noite e Juliano fez um caminho diferente do que está habituado.

Seguiu viagem e encontrou a jovem mãe desesperada, com medo do bebê estar com Covid-19. A criança estava com 39 graus de febre e risco de convulsionar. Sem perder tempo, Juliano partiu em direção ao hospital.

Chegando lá, em vez de ir para a próxima corrida, aguardou o atendimento, dentro do hospital: “Aquilo me comoveu. Eu tenho um filho de 9 anos e uma bebezinha de 1 ano. Naquela época, minha esposa estava grávida. Pensei como pai.

Juliano levou a mãe e a criança de volta para casa sem cobrar as duas viagens. O motorista conta que as coisas estavam difíceis pra todo mundo, para ele próprio, inclusive. Após alguns meses afastado do trabalho, para não correr o risco de ser infectado pelo novo coronavírus e passar para a esposa grávida, com as contas apertando, ele voltou à ativa. Mas para isso, teve que pedir dinheiro emprestado ao pai.

Naquela época, estava difícil pra eu abastecer o carro e sair para trabalhar. O negócio estava feio mesmo. Fiz de coração, Deus dá em dobro”, diz.

Foi a última corrida de Juliano naquela noite. Chegou em casa aos prantos: “Como existem pessoas ruins, né? Que abandonam mulher com filho e tudo. Agradeci a Deus por ter colocado aquela mulher no meu caminho e ter servido a ela, conclui.

Juliano é motorista parceiro da 99 há cinco anos. Foto: Juliano da Silva Prates/arquivo pessoal

Via Razões para acreditar

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