
Em 2025, até setembro, foram registrados 7.819 casos de sífilis adquirida e outros 1.074 casos de sífilis congênita, quando a transmissão ocorre da pessoa que gesta para o bebê
Em Pernambuco, 7.819 casos de Sífilis adquirida foram registrados em 2025 até o mês de setembro. A sífilis pode ser transmitida por meio da relação sexual, oral, vaginal ou anal, desprotegida, também pode ser transmitida de pessoas grávidas para os seus bebês durante a gestação, quando recebe o nome de Sífilis Congênita. No ano de 2025, já foram confirmados 1.074 casos de sífilis congênita no estado. Neste mês, celebra-se o Outubro Verde, iniciativa voltada para prevenção combinada, reforçando a importância do uso de preservativos, do acompanhamento pré-natal, da pessoa que gesta e suas parcerias, do diagnóstico e tratamento oportuno e a cura da sífilis. No terceiro sábado de outubro é o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.
A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para cura do paciente, em qualquer estágio da doença, podendo assim impactar na cadeia de transmissão dessa infecção, que é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. O tratamento é eficaz e promove a cura, sendo realizado com a penicilina, disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).
A prevenção combinada para essa Infecção Sexualmente Transmissível (IST) é feita com o uso de preservativos durante todas as relações sexuais, acompanhamento durante o pré-natal e a testagem regular.
A sífilis pode provocar o surgimento de feridas sem dor, coceira ou ardor, que somem mesmo sem qualquer tratamento, manchas pelo corpo e até, em estágios mais avançados, lesões graves em órgãos como o coração e o sistema nervoso. Ao menor sinal de suspeita da sífilis, deve-se procurar uma unidade de saúde e realizar a testagem para detecção da doença.
“O Outubro Verde é um momento estratégico para reforçar o compromisso do Estado com a saúde sexual e reprodutiva da população e de estímulo aos trabalhadores da saúde na promoção de ações de orientação, testagem diagnóstica e acesso oportuno ao tratamento, e também da população, quanto à prevenção, à realização de exames de rotina e à busca por diagnóstico precoce. A sífilis é uma doença prevenível e curável, e o diagnóstico precoce é fundamental para interromper a cadeia de transmissão, especialmente entre as pessoas que gestam e os bebês. Por isso, é essencial garantir o acesso ao pré-natal, à testagem e ao tratamento adequado”, destaca a gerente do Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais, Grazielle Vasconcellos.
A doença pode causar complicações graves para o bebê, além de aborto ou morte neonatal. Nesses casos, a transmissão acontece quando o bebê é infectado ainda no útero ou no momento do parto. A sífilis congênita pode ser evitada, tratada e curada, sem deixar sequelas, muitas vezes irreversíveis para essa criança.
A SES-PE ainda chama a atenção para a ocorrência de casos de sífilis em gestantes, que em 2025, até setembro, já foram contabilizados 3.585 casos no estado. Durante a gestação, a doença pode provocar quadros de abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido (RN).
Segundo o Ministério da Saúde (MS), em gestantes, a taxa de transmissão vertical de sífilis para o feto é de até 80% intraútero. É importante, portanto, que as pessoas que gestam, assim como suas parcerias sexuais, realizem o acompanhamento pré-natal de perto e façam as testagens preconizadas pelo órgão de saúde federal – primeiro, terceiro e no momento do parto ou em casos de aborto -, visando o início imediato do tratamento em casos confirmados.
TESTAGEM – Rotineiramente, a população pode fazer a testagem das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. Atualmente há 35 Centros no Estado, sob a responsabilidade das gestões municipais de saúde. Os CTAs também estão localizados nas doze cidades-sede da Gerência Regional de Saúde (Geres).
DADOS // ANOS ANTERIORES
Sífilis adquirida: 9.957 casos em 2023, 10.963 em 2024 e 7.819 em 2025 (até setembro).
Sífilis em gestantes: 4.334 casos em 2023, 4.560 em 2024 e 3.585 em 2025 (até setembro).
Sífilis congênita: 1.575 casos em 2023, 1.647 em 2024 e 1.074 em 2025 (até setembro).