No último dia 3 de março, a pequena Heloísa, um bebê de apenas três dias de vida, foi levada ao Hospital de Carnaubeira da Penha, no Sertão de Pernambuco, após apresentar vômitos. Preocupada com o estado da criança, a família buscou atendimento médico imediato, mas enfrentou dificuldades ao chegar à unidade de saúde.
Segundo relatos da família, não havia pediatra disponível no hospital para avaliar o caso, e a equipe médica não demonstrou urgência na assistência à bebê. A médica plantonista, responsável pelo atendimento, não realizou um exame físico completo, o que deixou a família ainda mais apreensiva. Sem uma avaliação detalhada ou esclarecimentos adequados, os pais saíram da unidade de saúde sem orientações eficazes.
No dia seguinte (04), com a piora no quadro de Heloísa, os pais a levaram novamente ao hospital. Desta vez, um médico fez uma avaliação rápida e prescreveu apenas Luftal, medicamento utilizado para cólicas e gases, recomendando que a família retornasse para casa. No entanto, o estado da bebê continuou se agravando.
Desesperados, os pais retornaram à unidade de saúde, mas, ao chegarem, não encontraram médicos nem recepcionistas imediatamente disponíveis. Somente após insistirem, receberam a informação de que a equipe médica estava presente, mas em horário de café. Foi apenas quando o pai, aflito, afirmou que a filha estava morrendo, que um médico surgiu para prestar socorro. Contudo, já era tarde demais: Heloísa não resistiu e faleceu.
O caso gera comoção e alerta para a necessidade de melhor estruturação e agilidade no atendimento médico, especialmente em situações emergenciais. A dor da família expõe a urgência de medidas que garantam mais eficiência no suporte à população, principalmente quando se trata de vidas tão frágeis e indefesas como a de um recém-nascido.
Assista abaixo o depoimento do pai da criança:
Ver essa foto no Instagram
Em nota, a prefeita de Carnaubeira da Penha emitiu o seguinte esclarecimento:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Hospital Argemiro José Torres vem a público esclarecer os fatos ocorridos recentemente, reafirmando nosso compromisso com a transparência e o atendimento humanizado à população.
Diante das informações que circulam, é necessário reforçar que não procede a alegação de que os profissionais estavam tomando café no momento do ocorrido. A unidade contava com profissionais em atividade, incluindo a recepcionista e o vigia, que estavam presentes e cumprindo suas funções.
Sobre o atendimento à recém-nascida, conforme relato da acompanhante (cunhada da mãe da criança), a bebê apresentava um gemido fraco durante o trajeto até o hospital. Em determinado momento, a acompanhante percebeu o silêncio da criança, notando também que seus pés e unhas estavam arroxeados, o que indicava um possível agravamento de seu estado.
Ao dar entrada na unidade, a equipe médica prontamente iniciou os procedimentos de primeiros socorros, mas infelizmente constatou que a criança já se encontrava sem sinais vitais, apresentando manchas arroxeadas e rigidez cadavérica, sinais compatíveis com óbito anterior à chegada ao hospital.
Reforçamos que todos os esforços foram feitos para tentar reverter o quadro, mesmo diante das evidências clínicas de que a recém-nascida já havia falecido antes de dar entrada na unidade. Essa informação, inclusive, foi mencionada pelo próprio pai da criança em vídeo divulgado, no qual reconhece que, infelizmente, já não havia mais possibilidade de reanimação.
O Hospital Agermiro José Torres se solidariza com a família neste momento difícil e reitera seu compromisso em prestar atendimento de qualidade a toda a comunidade.
Atenciosamente,
Direção do Hospital Agermiro José Torres
Via Petrolândia Notícias
