O ex-aluno da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que entrou armado em um prédio da instituição e ameaçou funcionários e estudantes na terça-feira (6) usa tornozeleira eletrônica e foi preso duas semanas antes por agredir uma mulher e roubar o celular dela. As informações são da Polícia Federal (PF) e do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Preso na terça-feira (6) pela Polícia Militar (PM), o ex-aluno tem 49 anos, é agrônomo, nasceu em Limeira (SP) e mora no mesmo bairro da universidade, em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife.
Segundo a Polícia Federal, este é o segundo processo que ele responderá em liberdade. O primeiro deles é de 26 de julho, quando foi preso em flagrante por agressão e roubo, cometidos na mesma região da universidade.
De acordo com os autos do processo, ao qual o g1 teve acesso, ele deu um tapa e um empurrão em uma mulher e, depois, tomou o celular dela. Foi colocado em liberdade provisória desde que cumprisse as seguintes medidas cautelares:
Não se aproximar da vítima, dos familiares dela, ou das testemunhas, no limite mínimo de 200 metros;
Não entrar em contato com a vítima, os familiares dela e testemunhas;
Usar tornozeleira eletrônica;
Não voltar a cometer crimes.
Na terça-feira (6), o agrônomo voltou a ser detido, desta vez, por ameaça. Em depoimento à PF, um vigilante da UFRPE disse que o ex-aluno chegou ao Departamento de Zootecnia por volta das 8h20, fez várias ameaças contra os funcionários e, em determinado momento, insinuou tomar a arma do funcionário do Centro de Ensino de Ciências Agrárias (Ceagri II).
O ex-aluno da UFRPE foi levado à Delegacia de Polícia Federal, onde foi autuado pelo crime de ameaça. Caso seja condenado, a pena dele por este crime pode variar de 6 meses a um ano de prisão, além de multa.
Ele prestou depoimento acompanhado do advogado e responderá ao processo em liberdade. Ainda de acordo com a PF, o agrônomo também apresentou documentos médicos que comprovam que ele faz acompanhamento psiquiátrico.
O que diz a defesa
À TV Globo, o advogado Denis Menezes, que representa o detido, disse que:
O agrônomo não cometeu qualquer ato ilícito ou criminoso;
O que aconteceu foi um desentendimento entre o ex-aluno e alguns funcionários da equipe de segurança;
O Código Penal Brasileiro não proíbe o uso e porte de armas brancas, desde que elas tenham o uso justificado, e que este foi o caso para o seu cliente;
"Ele é um engenheiro agrônomo e isso faz parte do uso profissional para a sua prática cotidiana".
De acordo com a PM, que foi acionada para conter o homem, não foi encontrada nenhuma arma com ele. Segundo o advogado de defesa do agrônomo, ele estava com um canivete e uma faca, "instrumentos essenciais para o exercício profissional"