Uma paciente de 30 anos foi estuprada dentro de uma clínica de saúde mental em Camaragibe, no Grande Recife. O estupro foi filmado por uma câmera de segurança, e as imagens obtidas pelo g1 mostram um vigilante cometendo o crime contra a vítima, que estava sedada em uma cama .
Quando aconteceu o estupro?
O crime aconteceu na madrugada de 17 de novembro de 2023, no Hospital Reluzir, em Aldeia. A vítima tem 30 anos e foi internada na clínica para tratar uma crise de depressão. Nas imagens, gravadas às 4h26, o vigilante aparece levantando o lençol da paciente e passando a mão em diversas partes do corpo da mulher.
O vigilante era funcionário da clínica?
O vigilante trabalhava no Hospital Reluzir há dois meses. No entanto, a polícia ainda não comprovou se ele era um funcionário terceirizado ou se atuava de forma autônoma, de acordo com o delegado Carlos Couto, que investiga o caso.
A paciente estava sozinha na sala?
Não, pois havia um técnico de enfermagem na mesma sala, segundo a Polícia Civil. Em depoimento, ele disse que estava sentado, preenchendo algumas planilhas, e que não tinha a visão completa da ala de enfermaria, onde estava a vítima do estupro.
Por que o vigilante teve acesso à sala onde a paciente estava?
À polícia, a clínica informou que o vigilante tinha livre acesso a todas as áreas e a função dele era "monitor de dependência química" para evitar que alguém fugisse ou trouxesse algo escondido.
O que o vigilante disse à polícia?
Quando foi interrogado pela polícia, o vigilante afirmou que estava no quarto para ajudar a paciente porque ela estava sentindo uma "dor no abdômen". No entanto, anteriormente ele tinha dito que a vítima tinha uma dor nas costas e pediu para receber massagens.
O que aconteceu com o vigilante?
De acordo com a clínica, o vigilante foi demitido no mesmo dia do crime.
Alguém foi indiciado?
Duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil:
O segurança, pelo crime de estupro de vulnerável, tipificado quando a vítima é menor de 14 anos ou não tem condições de se defender;
O técnico de enfermagem, por omissão de socorro.
Houve prisões nesse caso?
Ninguém foi preso, até a última atualização desta reportagem.
O que diz a clínica?
Procurada pelo g1, o Hospital Reluzir disse o seguinte, em nota:
O vigilante tinha liberdade de se movimentar dentro da clínica, pois era o ambiente de trabalho dele;
A conduta dele é totalmente repudiada pelo hospital;
O estupro aconteceu na madrugada, mas a clínica só soube do crime pela manhã, durante uma consulta de rotina com a paciente;
Checou imediatamente as gravações das câmeras e, ao verificar a situação, encaminhou as imagens à polícia;
Ligou para os familiares da vítima pedindo que fossem ao hospital para conversar com a coordenação e a paciente, mas a mãe e o padrasto dela só estavam disponíveis no dia seguinte pela manhã;
O segurança trabalhava no local há dois meses e cumpria uma jornada de 12 horas por 36 horas, saindo da clínica às 7h;
O vigilante foi demitido no mesmo dia do crime e a clínica repassou às autoridades policiais todos os endereços e telefones dele.