Multi-instrumentista e compositor florestano lança novo CD; conheça

Nessa segunda, dia 4 de abril, foi a estréia solo do multi-instrumentista e compositor pernambucano Júlio Ferraz. Conhecido por trabalhos com o Novanguarda, lança agora o seu primeiro álbum paralelo a banda, chamado “A Ilha Da Inconsciência No Espelho Polifônico Das Bifurcações Do Tempo“. O disco transita por vários momentos da música, criando e recriando, causando um passeio do folk ao tropicalismo, do jazz a psicodelia, trazendo uma assinatura muito pessoal do compositor que conta histórias com nove personagens, Débora, Roberta, Lilly, Helena, Marcelle, Beatriz, Cecília, Giselle e Marina.
O álbum foi lançado pela gravadora carioca Discobertas, do produtor e pesquisador musical Marcelo Froes, e está disponível em diversas plataformas virtuais como iTunes, Deezer, Spotify, YouTube, entre muitas outras. “A ilha Da Inconsciência No Espelho Polifônico Das Bifurcações Do Tempo” é um labirinto polirrítmico que passeia por várias influências da vida do compositor, desde a filarmônica Nelson Barros Da Rosa, aos Beatles, Bob Dylan, Duprat e Caetano Veloso. O disco carrega fortes referências do folk, jazz e rock psicodélico. A capa é assinada pela ilustradora pernambucana Giselle Rosa, que traduz de forma única o disco com seus traços.

Sobre o artista – Júlio Ferraz, além de multi-instrumentista e compositor que ora se lança em carreira-solo paralela à sua banda Novanguarda, tem muito mais a dizer em seu favor.

O berço ajudou. A família de Julio tem muitos e muitas violonistas, e ele pertence a uma nova geração (nasceu em 1987) de artistas de Pernambuco, portanto em boa companhia de Gonzagão, Dominguinhos, Luiz Vieira, Alceu Valença, Lula Côrtes, Reginaldo Rossi, a banda Ave Sangria e muito mais gente boa. Pronto! JF só podia começar a fazer música cedo, e começou, tocando guitarra desde os 12-13 anos de idade e compondo desde os 15.

“Eu sou um observador dos movimentos do tempo, e tudo que reflete o meu coração musical está nas ondulações, nos riscos e ruídos que tenho na vida. Sou compositor do dia a dia, e minha obra é bem mais extensa que a quantidade que publico, pois quase se iguala a quantidade de dias que vivo, de dias que sinto, de dias resolvo sangrar, ou mesmo que deixo escorrer nos ombros a passagem de tudo que a de melhor ou pior em mim.” diz Julio Ferraz. E a música o fascina como um todo: “Tenho um certo repúdio a tags, escuto de tudo, absorvendo o máximo de tudo que me interessa.”

Não deixa de ser curioso Júlio Ferraz ter nascido numa cidade (de apenas 25 mil almas) do sertão pernambucano chamada Floresta. “Passei minha infância entre a fazenda e a cidade; minha família por parte de mãe nasceu toda em fazenda, meu avô era fazendeiro, passei muito tempo correndo pelos arredores do riacho do navio que atravessava a fazenda da minha família e acredito que ali despertou muito da minha sensibilidade. Apesar da seca que domina quase todo momento, eu assisti belos quadros que me fizeram anos depois rabiscar meus primeiros poemas, que dali vieram minhas primeiras canções.” E hoje estas canções já soam mais de 400, todas registradas na Biblioteca Nacional.

Julio Ferraz surgiu como artista em 2006 com a banda Novanguarda, que já gravou um CD e vários EPs. E tem grandes planos para a carreira-solo que se inicia: “Minha estréia solo será com uma trilogia, os três álbuns não vão sair de uma vez, mas terão um prazo de lançamento mais curto entre um e outro. O primeiro dos três álbuns, que será lançado no começo do ano que vem, tem a produção assinada por mim, assim como as composições. Feito de forma completamente analógica, sem loops ou elementos eletrônicos, a gravação contou com a participação de parceiros musicais. Nessa aventura solo vou do jazz ao fuzz-rock, do trip-hop ao folk. O que o público irá ouvir nesse primeiro disco de minha trilogia não é necessariamente a formula da minha carreira, gosto de me reinventar e é isso que ando fazendo durante esses meses quieto no meu laboratório de sons. Tento criar a todo instante, escuto muitos sons sem uma direção exata, desde ruídos a coisas mais concretas.”

O lance inicial de Júlio Ferraz solo é o single “Débora”, e o primeiro álbum tem outras suas odes ao verdadeiro sexo forte: “Roberta”, “Lilly”, “Marcelle”, “Beatriz”, “Cecília”, “Giselle”, “Marina”…

Julio Ferraz é fã das sonoridades dos anos 1960 e 1970, e prefere gravar em equipamento analógico, mas olha para a frente e segue em frente, sem cacoetes nem saudosismos, e nunca seguindo o caminho mais fácil (inclusive usando metais de verdade em vez de tecladeiras). Ainda não completou 30 anos de idade, mas há de ter várias vezes isso de carreira.

 

Escute o disco “A ilha Da Inconsciência No Espelho Polifônico Das Bifurcações Do Tempo”

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