Surto de lesões que provocam coceira pode ter sido causado por mariposa

'Em alguns exames patológicos, foram encontradas cerdas', afirma a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Marcella Abath, sobre a espécie Hylesia, que pode causar dermatite urticante.

A principal hipótese considerada pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife na investigação da causa do surto de lesões na pele que provocam coceira é de que os sintomas sejam provocados por uma espécie específica de mariposa, a Hylesia.

Ela pode causar dermatite urticante, caracterizada pela pele avermelhada acompanhada de feridas e intensa coceira pelo corpo. Como as análises ainda não foram concluídas, outras hipóteses continuam sendo investigadas.

De acordo com a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Marcella Abath, foi realizada uma investigação mais aprofundada nos bairros de Dois Irmãos e Guabiraba, que ficam na Zona Norte da cidade e são os mais afetados, sendo considerados o epicentro do surto.

Nesta análise preliminar, a hipótese mais fortalecida é a de que o surto tenha sido causado por uma mariposa. A evidência clínica e laboratorial tem ajudado muito, além do relato dos casos feito pelos pacientes. Os dermatologistas confirmam que o quadro clínico é compatível e, em alguns exames patológicos, foram encontradas cerdas [de mariposa]”, disse.

Marcella Abath ressaltou que a investigação da causa do surto ainda foi finalizada. “No início, foram elencadas várias hipóteses e, ao longo do processo, algumas hipóteses foram perdendo força e outras ganhando, sendo fortalecidas. Essa é a principal hipótese considerada hoje, é a mais fortalecida, mas ainda não está definido”, declarou.

Ainda segundo a secretária-executiva de Vigilância em Saúde, também estão sendo identificados casos de outras doenças com sintomas semelhantes. “Sem dúvida, tem caso de doenças como escabiose e arbovirose no meio”, disse.

Nem todos os pacientes com as lesões relataram terem visto mariposas. No entanto, Marcela diz que o quadro clínico enfraquece hipótese de escabiose. “Pela localização e porque nem todos no domicílio pegam”, explicou.

Ainda de acordo com Marcella, também reforça a hipótese de que o surto seja provocado uma espécie específica de mariposa o aparente declínio no número dos casos e o fato de a maior parte das notificações ter ocorrido em locais próximos de Mata Atlântica. Além disso, foi identificada a ocorrência de outros surtos no Brasil na época de mais calor.

No mapa, os casos estão beirando a Mata Atlântica, que tende a ter uma maior concentração de mariposas. E as lesões são em áreas menos expostas, como antebraço. Quando a mariposa voa, entra em contato com a luz e solta cerdas que ficam no ar ou nas superfícies, podendo ficar na roupa do varal ou no sofá, por exemplo”, disse.

Recomendações

A Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife continua recomendando que os moradores da capital não se automediquem e procurem uma unidade de saúde para que um profissional da área faça o diagnóstico e trate adequadamente os sintomas.

Além disso, Marcella Abath recomendou que as pessoas não matem as mariposas e que, se puderem, coloquem telas em casa e mantenham portas e janelas fechadas ao entardecer.

O hábito da mariposa Hylesia é de voar, principalmente, no fim de tarde. “Também é recomendado diminuir luzes externas, não deixar roupas em varal ao entardecer, passar um pano com água nos móveis para evitar espalhar cerdas se estiverem lá e manter as mãos sempre limpas para evitar uma infecção secundária”, afirmou.

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Via G1

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