Professores da UFPE paralisam as atividades nesta terça-feira

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) paralisam as atividades nesta terça-feira, dia 25 de outubro. Os docentes em Pernambuco vão aderir à paralisação nacional em defesa da educação, do SUS e dos direitos trabalhistas. O calendário de mobilização local, no entanto, ainda não foi divulgado. Os docentes não descartam a possibilidade de participar de uma greve geral dos servidores públicos federais convocada pelas centrais sindicais para o dia nove de novembro.

A adesão à paralisação de amanhã foi aprovada durante uma assembleia geral da Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), realizada no dia 11 de outubro, no auditório da associação. Na ocasião, os professores deliberaram uma série de medidas para a mobilização da categoria nas próximas semanas e avaliaram a necessidade de articulação com todos os segmentos da comunidade acadêmica na perspectiva da construção da greve.

A paralisação acontece em protesto contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela investimentos por 20 anos independente da arrecadação da União que, segundo a categoria, representa um atraso nas conquistas populares como a ampliação das universidades, diante dos cortes nos orçamentos da educação e da saúde, concessão de benefícios como o Bolsa Família, aumento de impostos e da idade mínima para contribuição da aposentadoria, privatizações e marco central congelar todos os investimentos públicos durante os próximos 20 anos.

Na manhã desta segunda-feira, os estudantes da UFPE interditaram a BR-101 também num ato contra a PEC. Com pneus queimados, a rodovia teve o tráfego fechado na altura do quilômetro 68, em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A manifestação causou grande congestionamento. Todas as entradas da universidade foram fechadas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a interdição foi encerrada por volta das 10h.

Na sexta-feira passada, a ADUFEPE divulgou uma nora de repúdio à PEC 241-2016. Confira o documento na íntegra:

 


“PEC da Maldade”, “PEC do Medo”, “PEC do Congelamento”, “PEC dos Desmontes”. Tantas definições – tristes e reais –  para se referir a apenas um Projeto de Emenda Constitucional, a PEC 241. Aprovada na segunda-feira (10/10), a PEC nº241/2016 – de autoria do Governo Temer – versa, diretamente, sobre interesses dos trabalhadores (e da população em si) na forma de um novo regime fiscal.

A Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), em seu núcleo, repudia o projeto. A medida é um ataque direto aos direitos constitucionais (adquiridos em anos de lutas) e ao cerne do papel social do Estado – refletindo nas políticas públicas para a saúde, educação e, por fim, aos serviços sociais. Diante desse fato, a entidade se posiciona a favor dos movimentos, atos e protestos contra a malfadada “PEC do Congelamento” – 20 anos de atraso e regressão.

Além disso, repudiamos, com a mesma veemência e convicção, medidas correlacionadas – entre elas a MP do Ensino Médio (Medida Provisória 746) e a PLC 54 (antiga PLP 257). No geral, a entidade se posiciona contra o desmonte do Estado e lamenta, também, todos os golpes para que esse objetivo seja consumado.

“A ADUFEPE repudia veementemente qualquer projeto de lei que vem com o objetivo de reduzir o Estado Brasileiro. E. além disso, retirar direitos historicamente conquistados com muita luta. Não foram conquistas por motivos partidários – foram conquistas do funcionalismo público. A ideia da PEC  vem com o objetivo do Estado Ultra Liberal e com um pacote de privatizações e organizações – tudo isso vinculado. Dessa forma, os professores da ADUFEPE e da UFPE não podem concordar com este projeto”, declara o professor Augusto Barreto – Presidente da Associação dos Docentes da UFPE.

Fonte: Diário de Pernambuco

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