Portugal busca furgitivos brasileiros que se escondem no país

O sistema de segurança de Portugal entrou em alerta. São cada vez mais evidentes os sinais de que brasileiros condenados no Brasil e fugitivos da Justiça estão se escondendo em território luso e que integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) já teriam montado bases do outro lado do Atlântico. Apenas entre a segunda quinzena de dezembro de 2022 e a primeira semana de janeiro deste ano, quatro criminosos, todos procurados pela Interpol, foram detidos.

Os crimes pelos quais os brasileiros foram condenados vão de estupros de crianças a tráfico de drogas e de órgãos humanos.

Especialista em imigração e direito internacional, o advogado Fábio Pimentel diz que, no caso das fugas de criminosos brasileiros para Portugal, o problema maior está na Justiça brasileira. Primeiro, ao não reter os passaportes dessas pessoas ainda durante o andamento do processo, depois, pela demora para incluir os nomes dos condenados no sistema da Interpol. “Por isso, é tão comum ver o desaparecimento de criminosos logo após a divulgação das sentenças. Eles têm tempo para executar as fugas”, explicou.

Foi o caso de Vítor Cabral Rocha, de 28 anos, detido em quatro de janeiro. Ele deixou o Brasil em 2018, logo após a Justiça condená-lo a 20 anos de prisão. O pernambucano integrava uma quadrilha de tráfico de drogas, que matou Arnaldo César Nascimento da Silva, no Recife. O corpo da vítima foi jogado em um rio. O assassino estava vivendo na casa da namorada, em Peniche. Ele chegou a trabalhar como salva-vidas no Algarve, e só entrou nas estatísticas das autoridades depois que o nome dele foi inserido na Interpol.

Condenado a 13 anos e seis meses de prisão por feminicídio em Minas Gerais em 2009, um brasileiro de 34 anos, cujo nome é mantido em sigilo, foi preso em seis de janeiro ao tentar se aproveitar das facilidades dadas aos estrangeiros pelo governo português. Ele procurou o SEF para regularizar sua situação no país. Ao cruzar as informações com os arquivos da Interpol, o órgão descobriu o passado criminoso.

Via Diario de Pernambuco.

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