Nada rentável e excesso de datas: Sport e Náutico explicam saída do Nordestão

Sport e Náutico não fazem mais parte da Liga do Nordeste, não vão participar da Copa do Nordeste 2018 e, agora, buscam parceiros para fazer uma nova competição regional. Nesta segunda-feira, dirigentes dos clubes, além do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, explicaram as razões da saída e falaram sobre o novo torneio. O Santa Cruz não esteve na entrevista coletiva, nem se posicionou de forma definitiva sobre a saída – mas a tendência é que siga o mesmo caminho.

O presidente Ivan Brondi e os diretores Toninho Monteiro e Emerson Barbosa representaram o Náutico. Do Sport, foram o presidente Arnaldo Barros, o vice-presidente Gustavo Dubeux e o diretor Rodrigo Barros. Todos afirmaram que a decisão de deixar a Liga do Nordeste é irreversível e foi muito bem pensada. Presente à reunião, o presidente da FPF ofereceu total apoio da entidade aos clubes.

De acordo com diretores rubro-negros e alvirrubros, houve duas principais razões para a saída da Liga do Nordeste: a fórmula de disputa e a falta de rentabilidade da competição.

O peso financeiro, segundo o diretor de futebol do Timbu Emerson Barbosa foi um dos principais motivos.

– Acreditamos que a cota inicial (R$ 600 mil) é muito baixa. Sabemos que a competição é rentável, mas o repasse feito aos clubes não é compatível com o que nós representamos. Para o Náutico, esse foi o principal peso.

O outro motivo foi a quantidade de datas de jogos. Com a Copa do Nordeste, os clubes da região podem disputar até cinco competições simultaneamente no início do ano.

O presidente rubro-negro, Arnaldo Barros, usou o exemplo do Sport para justificar a posição.

– Participamos de cinco competições ao mesmo tempo. Precisamos de um calendário mais racional, do contrário, vamos ver sempre o que aconteceu neste ano: vários jogadores no Departamento Médico, com semanas ou meses fora, sem poder produzir para o clube que o está pagando.

Além do excesso de lesões, o presidente rubro-negro enxergou outros pontos negativos no acúmulo de partidas.

– Tivemos vários jogos, aqui em Pernambuco, com mil, 800 pagantes, o que nunca havia acontecido. Jogando quarta e domingo, quarta e domingo toda semana. Até podemos jogar quarta e domingo, mas tem de ser exceção. Esse não é o único, mas é um dos motivos para termos jogos com públicos tão baixo. Porque o excesso de jogos, muitos pouco atrativos, acaba fazendo o torcedor ter de escolher: ou vai para um jogo ou vai para outro.

Os diretores de Náutico e Sport já pensam no futuro. Tanto Brondi quanto Barros foram categóricos ao afirmar que a decisão é irreversível. Isso não significa que os clubes querem ficar com um torneio a menos no calendário. A ideia é formatar um novo campeonato.

Arnaldo Barros falou sobre o assunto. Explicou que existe vontade e um projeto em andamento para a criação de uma nova competição.

– Sport e Náutico se desfiliam da Liga do Nordeste; Santa Cruz avalia permanência

– Há alguns clubes simpáticos à ideia e vamos esperar e buscar novas adesões. Temos tempo. Vamos aguardar um pouco e, quando houver um formato definido, um produto pronto, vamos buscar parceiros para comercializar.

Via Globo Sport

Artigos relacionados

Deixe um comentário