Um dia de detetive no Espaço Cultural João Boiadeiro

Dias atrás tive a oportunidade de visitar o Espaço Cultural João Boiadeiro, no centro da cidade de Floresta, no Sertão de Pernambuco. O prédio antigo e o cheiro dos livros velhos nas estantes já não atrai a juventude de hoje.

Acho que estou ficando velho. Ainda peguei o tempo em que a pesquisa em Barsa era uma das poucas fontes confiáveis. Computador era raro e era preciso ter bastante dinheiro para ter um em casa.

A biblioteca fica no primeiro andar do prédio. Nas paredes estão algumas fotos históricas da cidade. Uma dessas imagens de 1957 apresenta a igrejinha da Matriz e sua linda arborização.

Ao entrar no espaço me deparo uma bibliotecária já velhinha. Ela diz “bom dia” meio sem graça e pergunta se preciso de alguma coisa. Eu a cumprimento e começo a passear pelos corredores de livros, revistas e jornais.

Como já “sou de casa” me atrevi pegar uma pasta com vários folhetos e apostilas do dados históricos da cidade. Fiquei impressionado como algo tão importante da nossa terra não é valorizado. As folhas já amareladas e rasgadas mostram o quanto já foram usadas e abusadas por seus leitores.

igreja do rosario

Queria encontrar uma inspiração para uma matéria que cativasse e motivasse meus leitores no blog. Viajei na imensidão de versos e poesias escritos por lendários florestanos. Até que em certo momento, a bibliotecária me chama a atenção para não esquecer de assinar o livro de presença.

igreja matriz floresta-pernambuco

O tempo passou rápido e tinha que ir embora. Me aproximei da mesa de madeira maciça e assinei a ata, como a velhinha carinhosamente havia pedido. A lista tinha poucos nomes desconhecidos.

Como recordação daquela visita, guardei na memória essa valsa escrita por Edgar Coimbra Sampaio e música de José Gomes de Sá (Zé Velhinho). Confira abaixo:

Minha Floresta

A minha Floresta é muito linda
Com seus tamarindos verdejantes
Onde a passarada vai cantar
Quando ao triste entardecer
O sol morre distante
Há muitos encantos em Floresta
E primores mil ela encerra
Que digo aqui com prazer
Salve a minha terra.

Do Sertão és a Rainha
Eu te saúdo Floresta
Pois recebe hoje deste teu filho
A mais simples homenagem
Pobre e modesta
Muito queria eu dar-te
Queria fazer-te festa
Mas não posso apenas eu digo
Salve, salve, Floresta!…

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