Seleção brasileira inicia contra a Sérvia a corrida rumo ao Hexa

arefa diante dos europeus, derrotados pelo Brasil em 2018, não será fácil

Tarefa diante dos europeus, derrotados pelo Brasil em 2018, não será fácil

Neymar precisa subir sete degraus para entrar no Olimpo onde o esperam Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Ronaldinho. A sólida Sérvia, nesta quinta-feira (24), em Doha, é o primeiro degrau do camisa 10 e do Brasil rumo ao hexacampeonato mundial. 

A tarefa diante de um adversário conhecido, a quem venceu por 2 a 0 na fase de grupos da Copa da Rússia-2018, não parece fácil: os sérvios carregam em seu retrospecto recente a classificação direta para a Copa superando Portugal, de Cristiano Ronaldo, que precisou disputar a repescagem. 

E com o precedente da vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina de Lionel Messi (2-1) na terça-feira, não há margem para confiança em excesso, a ponto de relaxar na quinta-feira no estádio Lusail a partir das 22h locais (16h de Brasília). 

No entanto, a seleção de Tite conquistou o status de favorita à conquista do troféu, após dominar as eliminatórias sul-americanas e registrar uma invencibilidade de 15 jogos (12 vitórias, sete delas consecutivas, e três empates). 

“Passamos por momentos difíceis, mas superamos. Doeu muito perder os Mundiais de 2014 e 2018, mas agora chegou a nossa oportunidade. Temos um time muito bom, vamos brigar pelo título”, disse o atacante Richarlison.

Na cola de Pelé

O principal trunfo para o hexacampeonato mundial, que seria o primeiro título desde 2002 – conquistado por Ronaldo e companhia -, traz o 10 nas costas. Aos 30 anos, Neymar chega em grande forma a sua terceira Copa do Mundo (depois dos Mundiais do Brasil-2014 e da Rússia-2018), após um bom início de temporada no Paris Saint-Germain. E com a esperança de que, finalmente, a Copa do Mundo retribua o amor que o craque tantas vezes professou. 

“Ele é um jogador diferenciado, de toda Copa do Mundo e uma grande estrela, mas hoje na seleção brasileira ele tem companheiros para ajudar, a responsabilidade não está só em cima do Neymar, isso é bom, aí ele pode brilhar mais”, disse à AFP o ex-meia Zinho, que conquistou o tetracampeonato na Copa dos Estados Unidos em 1994. 

Além de alcançar a glória mais almejada do futebol, a conquista da Copa no Catar, o craque pode se posicionar como sério candidato à Bola de Ouro, outro de seus grandes desejos, inédito até hoje. 

E se prosseguir com a sequência de gols que exibiu nas eliminatórias, em que foi o vice-artilheiro (com 8 gols), Neymar poderá superar Pelé como maior goleador da história da seleção brasileira. 

O ‘rei’, único tricampeão mundial (1958, 1962 e 1970), balançou as redes 77 vezes contra seleções. Dois gols a mais que Neymar.

“Surpresas são possíveis”

Para superar Pelé, que tem 18 gols a mais, marcados em amistosos contra clubes, Neymar conta com o apoio de um grupo invejável de jogadores ofensivos: Richarlison, Vinicius Jr, Antony, Rodrygo, Raphinha e Lucas Paquetá.

Somam-se aos ‘novatos’ os pesos pesados da defesa: Alisson, Ederson, Marquinhos, Thiago Silva, Dani Alves e Casemiro. 

Embora demonstre solidez e regularidade, a equipe comandada por Tite precisa enfrentar fantasmas que aumentam a pressão sobre uma seleção que só admite vencer: duas décadas de jejum na Copa do Mundo, o humilhante 7 a 1 contra a Alemanha na semifinal do Mundial de 2014 e a derrota para a Argentina na final da Copa América-2021, em pleno Maracanã. 

A gente carrega a pressão (de querer levantar a taça)”, explica Raphinha. “Para chegar à final, temos de ir jogo a jogo.”

A Sérvia é uma ameaça para os pentacampeões, sobretudo depois da recuperação de lesões da letal dupla ofensiva formada por Aleksandar Mitrovic e Dusan Vlahovic, autores de 19 dos 31 gols (61%) marcados pelas ‘Águias’ na Eurocopa e na Liga das Nações. 

E além de contar com outros jogadores perigosos como Dusan Tadic e Luka Jovic, os sérvios de Dragan Stojkovic ficaram encorajados e inspirados no exemplo saudita. 

“Aquele jogo é uma amostra de por que o futebol é bonito e as surpresas são possíveis”, disse o meio-campista Filip Djuricic. “Os brasileiros têm defeitos, sabemos quais são”, acrescentou.

Via Folha de Pernambuco.

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