Rodrigo Novaes faz balanço sobre expectativas e frustrações com a Transposição do Rio São Francisco

O deputado Rodrigo Novaes (PSD) fez, nesta segunda (12), um balanço sobre as expectativas e frustrações que surgem com a Transposição do Rio São Francisco. No pronunciamento, durante a Reunião Plenária, o parlamentar apontou que os benefícios da obra ainda não chegaram aos sertanejos pernambucanos por “falta de sensibilidade do Governo Federal”. O deputado também questionou a forma de cobrança que possivelmente será estabelecida pelo consumo da água gerada pelo empreendimento.

Segundo o deputado, o reservatório Barra do Juá, em Floresta (Sertão de Itaparica), construído para perenizar o Riacho do Navio, permanece seco, enquanto a Barragem do Muquém, a seis quilômetros, foi contemplada pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco. “O que custa ao Governo abrir a Barragem do Muquém, deixar a água correr para abastecer milhares de famílias que vivem à margem do Riacho do Navio e passaram dez anos sonhando em ver a água da transposição?”, indagou.

Rodrigo Novaes também criticou a “incapacidade” de liberar água da transposição para perenizar o Açude Poço da Cruz, no Sertão do Moxotó, e revitalizar o perímetro irrigado no entorno.

O deputado Waldemar Borges (PSB), que participou, na última sexta (9), de uma audiência pública sobre o tema, realizada em Ibimirim, destacou a demanda pela ligação do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco com a barragem. “O Poço da Cruz tem, nos arredores, um importantíssimo projeto de irrigação, que já respondeu pela sobrevivência de mais de 20 mil agricultores. Vamos lutar para que essa água desça para o Poço da Cruz, a fim de revitalizar o perímetro irrigado”, ressaltou.

Outro ponto abordado foi o sistema de cobrança que será adotado pelo abastecimento da população com a água do Rio São Francisco. Novaes defendeu que haja um período de carência de cinco anos e somente depois se estabeleça uma tarifa social para os produtores que usarem a água da transposição para a subsistência. O parlamentar mencionou, ainda, um custo estimado em R$ 100 milhões que o Estado terá de pagar à União, caso não repasse para as tarifas os custos de operação e manutenção do sistema.

Rodrigo Novaes também defendeu que as águas do Rio São Francisco sejam direcionadas à barragem do município de Terra Nova, no Sertão Central, e pediu à Comissão de Agricultura da Alepe que realize uma audiência pública para debater as ações posteriores à conclusão da transposição.

Em aparte, o deputado  Lucas Ramos (PSB) reforçou que a maioria dos problemas apontados depende apenas de vontade política. “O Ministério da Integração Nacional, por meio da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), não pode servir apenas a uma família, mas ao povo pernambucano e ao povo brasileiro”, disse.

Via Alepe

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