Psicólogo explica comportamento de pessoas que deixam de se proteger da Covid, mesmo sabendo dos riscos

“Os jovens são menos aptos a pensar no futuro longínquo do que no prazer imediato”, afirma o doutor em psicologia Altay de Souza. “Para eles, é mais difícil associar ação com resultado”.

Imagens mostram balada clandestina em Cosmópolis — Foto: Reprodução/EPTV
Imagens mostram balada clandestina em Cosmópolis — Foto: Reprodução/EPTV

O estatístico e doutor em psicologia Altay de Souza afirmou em entrevista ao podcast “O Assunto”, do G1, que a dificuldade em manter o autocontrole ajuda a explicar o comportamento de quem coloca a si e ao próximo em perigo participando de aglomerações e até festas clandestinas mesmo diante do avanço do contágio do novo coronavírus em boa parte do país.

Souza, que pesquisador da Unifesp e apresentador do podcast de divulgação científica Naruhodo, afirma ainda que o comportamento não aparece unicamente ente os jovens. “Aparece em todas as pessoas”, disse Souza.

“Os jovens são menos aptos a pensar no futuro longínquo do que no prazer imediato”, afirma. “Para eles, é mais difícil associar ação com resultado”.

Próximo x distante

Souza explica que autocontrole é a capacidade de esperar para ter um ganho maior no futuro frente a um ganho menor imediato. “É basicamente a capacidade de você esperar”, explica Souza.

O doutor em psicologia lembra que a falta de autocontrole ocorre quando a pessoa é muito mais motivada pelo ganho próximo do que por um ganho distante. No caso dos jovens ele aponta que para muitos deles a “proximidade” está nos stories dos amigos nas baladas, em contraponto com a distância dos relatos dos casos ou das notícias de pessoas que adoecem.

Ele dá um exemplo do tipo de pensamento que passa pela cabeça dos mais jovens:

“Eu não acho que por exemplo, a minha vó vai ficar doente por minha causa, porque eu tomei uma cerveja no final de semana passado porque eu tenho muita dificuldade de associar a minha ação com o resultado. Isso acontece com todas as pessoas, porém nos adolescentes isso é mais forte”, exemplifica Souza.

Via G1 Bem Estar

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