Protestos contra a Reforma da Previdência paralisam trânsito, transportes e serviços

O Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência, protesto promovido por centrais sindicais, começou nesta quarta-feira afetando o trânsito, serviços de transporte e educação. Por volta das 6h40, manifestantes queimaram pneus e fecharam a BR-101 nas imediações do viaduto de Jardim São Paulo e no Terminal Integrado no Barro, no Recife. Pelo Facebook do Diario de Pernambuco, a leitora Alitsa Virginia acrescenta que os motoristas estão tentanto uma rota alternativa sentido bairro da Macaxeira. Outra manifestação fecha a BR-101 no bairro de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, nas imediações da fábrica da Vitarela, nos dois sentidos da via. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes se dispersaram nos dois trechos da rodovia, mas na altura do quilÔmetro 71 o trânsito ainda não foram liberado.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Pernambuco garantiu que os ônibus vão circular normalmente, mas o Sindicato dos Metroviários confirmou a adesão. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) adiantou que as Linhas Centro e Sul do metrô funcionarão das 5h às 9h e das 16h às 20h, nos horários de pico do sistema. A Linha Diesel (VLT) não terá operação.

Os trabalhadores em Educação de Pernambuco cruzam os braços e, de acordo com o sindicato da categoria, o Sintepe, a classe vai aderir à greve, que será deflagrada durante assembleia unificada, marcada para as 9h, na Praça Oswaldo Cruz, no Recife. A mobilização dos trabalhadores se posiciona contra a Reforma da Previdência e pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional e foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). No dia 12 de janeiro, o Ministério da Educação reajustou o Piso Salarial Educacional em 7,64 %, que agora é de R$ 2.298,80 e precisa ser cumprido pelo governo do estado e prefeituras. Já a Reforma da Previdência retira direitos dos trabalhadores, prejudicando em grande escala especificamente as educadoras. De forma unificada, o Sintepe em conjunto com os sindicatos da educação Sinproja, Sinpc, Sinpmol, Sinpremo, Simpere e Sinpro participará da Greve Nacional.

Na Região Metropolitana do Recife, três sindicatos municipais de educação confirmaram adesão dos professores ao movimento, em Paulista, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Na capital, o Sindicato Municipal dos Professores do Ensino Oficial do Recife (Simpere) também confirmou a presença dos profissionais da rede. “Faremos uma assembleia unificada com a educação estadual e um ato unitário histórico exigindo pagamento de 100% do piso, contra as reformas e por valorização salarial da categoria”, informou a entidade, em nota.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) também confirmou adesão. É esperada ainda a participação de professores de escolas particulares. Os colégios Salesiano, do Recife, e Academia Santa Gertrudes, de Olinda, liberaram os professores para participarem dos atos.

Nesta quarta-feira, as agências da Previdência Social (APS) de Pernambuco estão fechadas. Os servidores do INSS aderiram ao Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência e realizam protestos e passeata para pressionar o governo e sensibilizar a população sobre os danos da aprovação da PEC 287.

Esta manhã, os trabalhadores se reúnem em frente à Gerência Regional do INSS, na Avenida Mário Melo, em Santo Amaro, enquanto os servidores do Ministério da Saúde fazem um ato público contra o desmonte previsto pela reforma em frente à Geap Autogestão em Saúde, na Praça Chora Menino, na Ilha do Leite, região central do Recife.

Em seguida, haverá uma passeata até a Superintendência Regional do INSS, na Avenida Dantas Barreto. Às 12h, os manifestantes vão aderir à mobilização articulada pela Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco. Os atos denunciam a retirada de direitos que tem sido feita pelo Governo Temer e o fim da aposentadoria com enriquecimento de bancos e incentivo à previdência privada. A mobilização foi aprovada em assembleia da categoria realizada na sexta-feira passada, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social de Pernambuco (Sindsprev-PE).

“A proposta de reforma do governo foi feita sem discussão com a sociedade civil e pretende igualar a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres em 65 anos, além de impor 49 anos de contribuição ininterruptas para o trabalhador conseguir se aposentar. Todos precisam participar destas manifestações, pois temos o dever de desmascarar o governo golpista de Temer e mostrar à sociedade que ela foi enganada”, convocou o coordenador geral do Sindsprev-PE, José Bonifácio do Monte

Os agentes penitenciários de Pernambuco também vão aderir à greve nacional anunciada pela Federação Sindical dos Servidores Penitenciários do Brasil (Fenaspen). De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e Servidores no Sistema Penitenciário de Pernambuco (Sindasp-PE) uma série de atividades deixarão de ser realizadas pela categoria durante as 24 horas do dia 15 de março.

Serão mantidos o efetivo de 30% em um esquema de rodízio do plantão e os seguintes serviços essenciais: cumprimento de alvará de soltura; mandado de prisão e recolhimento; socorros e emergências; entrega da alimentação aos presos. Outros serviços como: confecção de carteira, condução de preso à permanência a pedido de advogado ou visita, não serão realizados.

Segundo a categoria, a decisão pelo estado de greve serve como um alerta para a necessidade de aprovação da emenda constitucional de número 308/2004, que cria a polícia penal e padroniza a categoria, que recebe denominações diferentes em cada estado do País. A diferença entre as denominações atribuídas aos agentes, segundo o Sindasp, dificulta a inclusão deles nos planos e projetos elaborados para a segurança pública. “Sempre somos esquecidos em projetos por não sermos reconhecidos como uma categoria com denominação comum. Precisamos da unificação para que os agentes tenham direitos reconhecidos legalmente”, afirmou o presidente da Sindasp-PE, João Carvalho. Os agentes penitenciários fazem custódia de presos, controlam e disciplinam as atividades nos presídios. Até mesmo quando acontecem motins e rebeliões, os agentes são acionados para apaziguar a situação, segudo Carvalho.

Via Diario de Pernambuco

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