Policiais civis, bancários e servidores do Detran aderem à greve geral sexta-feira

Pelo menos três categorias em Pernambuco já anunciaram que vão paralisar as atividades na próxima sexta-feira, em adesão à greve geral convocada pelas centrais sindicais. Os sindicatos dos Bancários, dos Policiais Civis e dos Servidores do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran) decidiram participar do Dia Unificado de Protestos e Paralisações, que deverá ser marcado por mobilizações em todo o país em defesa da saúde e educação (contra a PEC 55 e a Reforma do Ensino Médio); em defesa dos direitos dos trabalhadores ( contra a Reforma Trabalhista); em defesa da aposentadoria (contra a Reforma da Previdência) e em defesa do emprego (redução da jornada de trabalho sem redução salarial).

Com a paralisação dos policiais civis, serão mantidos apenas os flagrantes e o funcionamento do Instituto de Medicina Legal (IML), Instituto de Criminalística (IC). A decisão de aderir à mobilização nacional foi aprovada em assembleia geral realizada no dia 16 de novembro, quando também foi aprovada a proposta de reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da Polícia Civil construída pela categoria e pelo governo de Pernambuco. Já os bancários reivindicam ainda a reestruturação dos bancos públicos.

Os trabalhadores do Detran cruzam os braços nesta sexta-feira, quando também realizam uma assembleia às 8h, na sede do órgão. Em comunicando dirigido ao governo do estado, a direção do Sindetran, além de informar da realização da assembleia e da paralisação, pediu também uma audiência para tratar das denuncias divulgadas pela entidade que envolvem a atual direção do órgão. Os sindicalistas apontam irregularidades no uso da entidade e arbitrariedades com os funcionários e querem o afastamento do diretor presidente do Detran-PE, Charles Ribeiro.

Nesta terça-feira, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) realiza uma assembleia geralàs 18h, no pátio da Estação Central do Metrô do Recife para decidir em votação se vai ou não aderir à greve geral desta sexta-feira. A adesão dos motoristas de ônibus também não está confirmada. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, uma reunião da diretoria vai ser realizada esta semana para definir se a classe vai aderir à convocação.

A mobilização é organizada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central Sindical, Força Sindical, Intersindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CSP-Conlutas e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Dia 11 – No dia 11 deste mês, Dia Nacional de Mobilização contra a PEC 55 foram realizadas em Pernambuco diversas manifestações contra a medida, que prevê a limitação dos investimentos em saúde, educação e assistência social por 20 anos e que já está em tramitação no Senado.
Na ocasião, o Sindicato dos Metroviários realizou um ato na Estação Recife. O protesto, que não paralisou as atividades do transporte, também teve o objetivo de enunciar as condições de trabalho dos profissionais. De acordo com o dirigente de comunicação do Sindicato, Levi Arruda, a classe quis apontar “os desmantos da CBTU, que agora se agravam com a PEC 55”. O dirigente ainda ressaltou sua preocupação com a possível aprovação da PEC dos Gastos, que afetaria diretamente o serviço, uma vez que a Metrorec é de responsabilidade federal. “O metrô do Recife já opera na iminência de um colapso. Imagine o que será se passarmos 20 anos sem investimentos”, disse. Os metroviários planejam, ainda hoje, uma caminhada até o Marco Zero. A categoria também reinvidica, entre as demandas específicas, políticas eficazes de segurança nas estações e no metrô. “Queremos apenas que sejam contratados os rapazes e as moças que passaram no concurso”, afirmou Risolene Nascimento, Vice-presidente do Sindmetro, em protesto contra a demora na convocação de aprovados em concurso público realizado em 2014.

Os motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife também participaram da mobilização e paralisaram as atividades em alguns terminais entre as 4h e 8h. O ato também pediu por maior investimento na segurança. De acordo com o sindicato da categoria, apenas em 2016 o Grande Recife já contabilizava mais de 1.600 casos de assaltos a ônibus.

Vias e rodovias – No Recife, manifestantes fecharam o cruzamento da Avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, impedindo a passagem dos veículos durante parte da manhã. Com faixas e cartazes, eles chamaram a atenção da população para a perda de direitos proposta pela PEC. Os manifestantes também atearam fogo na pista.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram realizadas interdições na BR-408, em Aliança e Paudalho;  na BR-232 em Jaboatão dos Guararapes (Santo Aleixo), Caruaru e Bonança; e na BR-101, em Goiana. Houve também registro de protestos na BR-104, em Caruaru, na BR-428, em Santa Maria da Boa Vista e no quilômetro 263 da BR 232, em Arcoverde. Na BR-101, nas proximidades do Hospital das Clínicas, manifestantes fecharam a pista com pedaços de pau, madeira e pneus e atearam fogo, impedido a passagem dos veículos. O congestionamento chegou a mais de cinco quilômetros de extensão. A rotatória em frente à reitoria da UFPE também foi fechada. Na Avenida Sul, o trânsito também foi interditado nas duas vias, na altura da estação largo da paz, com queima de pneus e faixas contra a PEC 55.

Fonte: Diário de Pernambuco

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