Plano de abertura gradual da atividade econômica deve durar 11 semanas em Pernambuco, diz governo

As medidas, no entanto, não têm previsão de início, e só deverão ser implementadas quando os números da pandemia melhorarem.

Pernambuco tem um plano de 11 semanas (cerca de três meses) para realizar a reabertura gradual de todas as atividades econômicas, assim que a pandemia do novo coronavírus for controlada no estado. A informação foi repassada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach, durante coletiva de imprensa transmitida na internet, nesta quinta (28).

Segundo o governo, a projeção é que as medidas sejam adotadas, assim que os números de casos da Covid-19 melhorarem. No entanto, o estado informou que não definiu a data para o início dessa retomada.

De acordo com o secretário, entre as ações previstas para a retomada das atividades no estado está uma espécie de rodízio de horários para funcionamento de empresas de diferentes setores, para evitar aglomerações no transporte público, principalmente durante os horários de pico.

“Estabelecemos um cronograma que prevê retomada em 11 semanas, atrelado aos dados de evolução da pandemia. Apresentamos planos de horários de trabalho diferenciados do setor produtivo. Cada atividade terá três eixos a seguir: distanciamento, higiene e comunicação e monitoramento. A gente deve obedecer o decreto da quarentena mais rígida para que tenhamos melhorias nos números e possamos iniciar o planejamento do convívio e atividades econômicas”, declarou Schwambach.

A quarentena citada pelo secretário vigora até, ao menos, o domingo (31), no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata. Essas cidades tinham os maiores índices de mortalidade.

O plano de retomada, segundo Bruno Schwambach, foi montado com a ajuda de uma consultoria externa e comitês técnicos do governo estadual.

Ele disse que o governo ainda estuda a renovação de decretos de fechamento de praias, parques, escolas, comércio e outros estabelecimentos no estado, bem como da quarentena nas cinco cidades em que ela já vigora.

“A quarentena ainda não se encerrou, vai até domingo e a gente vai ter que aprender a viver dentro de regras e protocolos, que devemos divulgar até o domingo (31). Temos um plano, estruturado com apoio de um comitê com diversos técnicos do governo, mas aguardamos que os dados da saúde apresentem sinais de melhora e, do sábado para o domingo, faremos uma avaliação para colocar quais medidas estarão funcionando segunda-feira (1º)”, explicou o secretário.

Economia do estado

O secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, disse que os modelos econômicos projetados pelo governo do estado apontam que a economia estadual deverá se manter em retração até, pelo menos, dezembro de 2020. Um dos principais impactos, segundo ele, é no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

“A pandemia traz impactos na arrecadação do ICMS, que corresponde a 74% da receita dos estados. Tivemos uma queda de R$ 90 milhões, em março. Em abril, isso foi mais agudo, porque foi todo o mês parado, e tivemos baixa na arrecadação de R$ 246 milhões. Em maio, a previsão é que tenhamos entre R$ 545 milhões e R$ 550 milhões. Mas os efeitos da pandemia não são nesses três ou quatro meses, mas até o final do ano a economia estará retraída”, disse Décio Padilha

O secretário disse, ainda, que os modelos econômicos apontam para que o estado tenha, até julho, uma queda de R$ 3,7 bilhões na arrecadação do ICMS. Ele afirmou que se trata do que se chama, na economia, de uma “tempestade perfeita”, considerando que houve R$ 950 milhões em gastos a mais, por causa da pandemia, junto à queda na arrecadação.

“São gastos significativos, num curto espaço de tempo, e a queda na receita. O pacote do governo federal, que foi sancionado pela presidência depois de 20 dias de aprovado pelo Congresso, chega atrasado e com recursos insuficientes para essa grande crise. Precisamos de uma grande e imediata ajuda nacional”, declarou Décio Padilha.

Via G1 Pernambuco

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