Para Maniçoba, emancipação da Uast era desejo de uma maioria: ‘fui convocado por vários segmentos’

O deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB) finalmente comentou sobre a onda de protestos que marcou a semana na Capital do Xaxado, movimentando dezenas de estudantes e professores da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE). Um dos principais focos do protesto é contra a falta de diálogo sobre o Projeto de Lei  5173/2016 de autoria de Maniçoba que propõe a emancipação da Uast com a criação da Universidade Federal do Sertão.

Direto de Brasília, por telefone, o deputado conversou com o Programa Farol de Notícias, ao vivo, na rádio Vilabela FM, e justificou que a ideia do PL, na verdade, partiu de alguns segmentos da cidade – inclusive de docentes da UAST – que o convocaram para uma reunião para pedir o pleito ao município. Kaio Maniçoba justificou que achava que esse “segmento” representasse a opinião majoritária do município, mas acabou surpreendido com a onda de protestos que classificou como “desnecessário” para uma “coisa simples”.

“Acho que estão fazendo um cavalo de batalha desnecessário. É uma coisa simples que pode ser conversada e ajustada, melhorada ou retirada… enfim. Não tem necessidade de tanto problema para uma coisa tão simples. Mas quero dizer que esse projeto não foi da minha cabeça, eu fui convocado a ir para Serra Talhada para uma reunião, por pessoas que tem interesse em desenvolver Serra Talhada. A gente foi convocado pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), representantes do município, da OAB, igreja, professores de diversas faculdades, inclusive da UAST, empresários… Diversos segmentos da sociedade nos relatam as necessidades que Serra Talhada tinha e no que a gente poderia somar com relação a isso para que a gente pudesse ajudar. Dentre diversos relatos, como aeroporto, anel viário e uma série de coisas… Foi colocada essa questão da faculdade”, justificou o deputado, complementando que está aberto para diálogo:

“Então, quando a sociedade se reúne e nos convida para ter uma conversa, ninguém imagina que o ganho de uma universidade seja maléfico para qualquer estudante e professor. Se houve erro da nossa parte em não conversar com os alunos para um entendimento sobre isso não foi intencional, não foi porque a gente não queria dialogar, por medo de conversar. Entendíamos que aquela reunião representava o sentimento da maioria. Se sabe que o sonho de qualquer cidade e região é ter uma universidade. Eu não enxergo nenhuma perca ou dano para Uast. E sim vantagens até porque é um projeto a longo prazo, daqui a 10 ou 12 anos que esse projeto venha caminhar dentro da Câmara dos Deputados e no Senado e também nem pode ocorrer, pois os colegas [deputados] podem entender que não é viável. Então a gente vai ter tempo para fazer esse debate. Já me coloquei à disposição da UAST para poder conversar com os alunos e o corpo docente. A gente precisa fazer um debate aprofundado, mostrando para eles que não houve dolo de nossa parte, não foi intencional causar transtornos a eles e nem ao corpo da universidade. Acho que se está fazendo o debate errado e desnecessário”.

GOLPISMO, PT E FUTURO

Maniçoba fez questão de rebater o pecha de “deputado golpista” apregoado pelos estudantes contra sua pessoa durante os protestos e disse que essa discussão está ultrapassada, já que o PT deu a sua contribuição para o país e para Serra Talhada, mas o tempo dele já passou. Na visão de Maniçoba, é preciso olhar para o futuro. O deputado tentou ainda acalmar os ânimos e as críticas da comunidade acadêmica dizendo que a sua intenção foi mostrar ao Governo Federal que a região do Sertão de Pernambuco quer crescer.

“A gente está pensando no futuro. O PT teve conquistas importantes, teve o seu momento, mas que passou… Tem que se respeitar. Mas não estamos querendo dizer que a conquista de uma faculdade nova vá apagar a história do PT. Ninguém é contrário a nada disso. Esse projeto é nada menos que uma sinalização para o poder executivo de que a gente quer ser olhado de uma forma diferente, de que a gente quer crescer, deixar de sermos pequenos, para ficar grande. Apenas isso. Quanto à questão de uma audiência pública sobre o assunto, vamos entrar em contato com a reitoria para que a gente possa marcar essa conversar.”

Fonte: Farol de Notícias

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