Os bichos estão soltos em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco

Durante os dias 12 e 13 desse mês equipes de biólogos e veterinários da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) realizaram a soltura monitorada de 19 caititus e 44 papagaios em uma área de conservação localizada no município de Salgueiro-PE, a cerca de 250 km de Petrolina.

A soltura dos papagaios foi planejada pelo biólogo da CPRH, Yuri Valença que desde 2010 realiza o projeto “Papagaio da Caatinga” e monitora os animais periodicamente em visitas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Cemafauna, instituição parceira para a reabilitação desses espécimes. O biólogo explica que tanto os caititus quanto os papagaios não podem ser soltos de imediato porque têm que seguir algumas etapas que são essenciais para sua total reintrodução ao ambiente natural.

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Foto: Cemafauna/Divulgação

Primeiro eles passam pela triagem onde cada indivíduo é analisado quanto ao seu status corporal e motor, além do relato do histórico até o momento de passar pelos exames clínicos. Depois é necessário realizar a anilhagem, microchipagem e sexagem para que eles fiquem num viveiro de socialização que é quando eles começam a formar casais, a viver em grupo, parar de responder a estímulos humanos como fala e aproximação, além de resgatar o medo pelos seus predadores e o treino da musculatura para o voo, como deve ser quando na natureza. “Nós levamos os animais para um viveiro de ambientação no local de caatinga onde finalmente será realizada a soltura, em Salgueiro-PE, para que eles possam se aclimatar ao ambiente, tanto ao cheiro, ao visual quanto reconhecer onde há possíveis predadores por aquela área e assim não ficarem perdidos.”

A médica veterinária do Cemafauna que acompanhou a ação, Adriana Alves ainda explica que o principal objetivo desse projeto é “possibilitar aos papagaios que são criados em cativeiros por muitos anos e que acabam adquirindo hábitos humanizados, como repetir a fala, possam retornar ao seu habitat silvestre e ainda manter o equilíbrio na natureza já que são tanto dispersores quanto destruidores de sementes.”

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