Novo ataque de tubarão é registrado em Fernando de Noronha

Um novo ataque de tubarão foi registrado no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, nesta sexta-feira (30). De acordo com  informações da assessoria da Administração do Arquipélago, a vítima é um turista de 49 anos e foi atacado na praia do Leão.

Por volta das 15h, P.R.S.C., que é músico, deu entrada no Hospital São Lucas levado pela própria família. Em nota, o hospital informou que a vítima teve um ferimento superficial na perna esquerda, sem lesão muscular, vascular e óssea. Após ter recebido tratamento adequado, teve alta hospitalar com orientação e devida prescrição médica.

O músico brincava no raso com o filho de sete anos quando ocorreu o ataque. No momento, a água do mar estava turva, o que pode ter impedido a visão do tubarão limão, espécie que costuma frequentar a região rasa da praia para comer pequenos peixes, como sardinhas, e invertebrados. Em conversa com o engenheiro de pesca Léo Veras, curador do Museu do Tubarão, o músico contou que houve colisão com o tubarão, que, em seguida, mordeu a panturrilha dele. Para afastar o animal, o músico deu soco.

Pelo tamanho da mordida – que lembra um arranhão porque os dentes do animal são pequenos -, estima-se que o tubarão tenha cerca de 1,2 metro. A espécie, porém, pode chegar até a três metros.

Segundo o engenheiro de pesca, o tubarão limão não costuma atacar humanos. “O animal não tem a intenção de abater o humano, se tivesse, como foi em outros casos, ele fica agarrado arrancando os pedaços. Ele mordeu e cuspiu; abandonou a presa”, afirmou Léo Veras.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) informou que as únicas informações que tem sobre o assunto são provenientes do Hospital São Lucas, para onde a vítima foi levada, e que ainda não é possível afirmar se o caso envolveu, de fato, um tubarão. “Para iniciarmos uma eventual apuração, é necessário ter contato com a vítima, relatos ou alguma foto ou se o médico que a atendeu tiver como atestar alguma coisa”, esclareceu o presidente do Cemit, coronel Clóvis Ramalho.

“Quando começar os trabalhos em janeiro, nós vamos nos reunir pra verificar se vai computar nas estatísticas ou não. Foi um caso muito superficial, não teve muita relevância. Pedi pros pesquisadores do Cemit pra levantar informações. As evidências são de que foi um tubarão. Erro de identificação é quando ele morde achando que é uma presa, mas não é. O tubarão limão tem essa característica de só morder quando é uma presa, ele não ataca ser humano pelo simples instintos do ataque. A gente vai avaliar se vai entrar na estatística ou não”, disse.

O incidente ocorreu pouco mais de um ano depois de um turista paranaense ter sido atacado por um tubarão na Praia do Sueste, também em Fernando de Noronha. O caso ocorreu em 21 de dezembro de 2015. A vítima teve parte do braço amputada e passou o período natalino internada num hospital particular no Recife.

O presidente do Cemit explicou que as características da Praia do Leão, onde o incidente desta sexta-feira ocorreu, são diferentes de Sueste. “O local onde houve o incidente do ano passado é uma baía, fechada. Já a Praia do Leão é mar aberto, com água bem oceânica. Agora, pelo que sei, é, realmente, uma praia que tem uma quantidade razoável de tubarões”, esclareceu.

Fonte: Folha de PE

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