Pernambuco Greve de ônibus
Greve dos ônibus no Grande Recife: Urbana vai acionar Justiça do Trabalho ainda nesta segunda (12)
A medida judicial chega com a "expectativa de breve julgamento para cessar os prejuízos sistematicamente causados pelas lideranças rodoviárias", segundo a empresa.
12/08/2024 09h50 Atualizada há 2 meses
Por: Redação Fonte: Folha de Pernambuco

Em meio à greve de ônibus no Grande Recife, a Urbana-PE, responsável pelas operadoras da região, afirmou, em contato com a reportagem, que vai acionar a Justiça do Trabalho ainda nesta segunda-feira (12), primeiro dia da paralisação.

 

De acordo com a Urbana-PE, a medida judicial chega com a "expectativa de breve julgamento para cessar os prejuízos sistematicamente causados pelas lideranças rodoviárias".

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Ainda segundo a Urbana-PE, até 6h, apenas 23% da frota dos ônibus estava em operação, o que estaria "comprometendo o direito de ir e vir e causando transtornos para a população". Segundo a empresa, isso descumpre tanto a determinação de frota mínima de 70% estabelecida pelo Grande Recife Consórcio de Transporte quanto a Lei 7.783/89, a lei de greve.

 

“Alertamos que os bloqueios contam com o envolvimento direto de grupos políticos e pessoas de outros Estados, sem relação com a categoria local dos rodoviários”, acrescenta o comunicado, que pode ser visto na íntegra no fim do texto.

A ação judicial já era esperada. Na paralisação do ano passado, a Urbana-PE levou a questão para o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), que atuou como mediador da negociação que pôs fim à parada.

 

À época, a Justiça impôs uma multa de R$ 30 mil para os rodoviários por cada dia de greve, o que agilizou o acordo.

 

Greve dos ônibus no Grande Recife

O primeiro dia da greve dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife está sendo marcado pela alta procura de passageiros e baixa oferta de ônibus, nesta segunda-feira (12).

 

Pelo menos 1,2 milhão de passageiros são afetados com a paralisação na RMR. No Terminal Integrado da Joana Bezerra, no centro do Recife, as filas são enormes. O local é atendido por 11 linhas, que suprem mais de 40 mil usuários.

 

Com a greve dos ônibus, houve também uma diminuição de 50% de passageiros no metrô nesta segunda. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, o horário de pico deve ser estendido para facilitar o trânsito da população.

 

Reprovação das propostas

Os rodoviários negociam reajustes com a Urbana-PE há cerca de um mês. Segundo o sindicato, no entanto, as propostas não apresentaram melhorias significativas. Os motoristas alegam ainda que a empresa é capaz de oferecer, financeiramente, condições melhores do que foi proposto até agora.

Uma das propostas atuais é de 0,5% de aumento do salário acima da inflação. O pedido dos rodoviários, no entanto, foi de 5% de reajuste real. 

 

A Urbana-PE propôs, ainda, um valor de R$ 400 para o vale-alimentação, além de um abono de R$ 180 para quem exerce a dupla função - também não aceitos pela categoria. Há, ainda, a instituição de um plano de saúde para os trabalhadores, que até hoje não contam com o benefício, assim como o controle das horas trabalhadas.

Confira, abaixo, a nota da Urbana-PE na íntegra.

 

A Urbana-PE informa que, na madrugada desta segunda-feira (12), o Sindicato dos Rodoviários bloqueou as garagens de todas as empresas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife, impedindo a circulação da frota e o trabalho dos profissionais que não desejam aderir à greve. Alertamos que os bloqueios contam com o envolvimento direto de grupos políticos e pessoas de outros estados, sem relação com a categoria local dos rodoviários. 

 

A atitude do Sindicato dos Rodoviários descumpre tanto a determinação de frota mínima de 70% estabelecida pelo Grande Recife Consórcio de Transporte quanto a Lei 7.783/89, a lei de greve. Até as 6h, apenas 23% da frota estava em operação, comprometendo o direito de ir e vir e causando transtornos para a população. 

A Urbana-PE reitera que tomará todas as medidas possíveis para minimizar os transtornos à população, o que inclui acionar a justiça do trabalho com expectativa de breve julgamento para cessar os prejuízos sistematicamente causados pelas lideranças rodoviárias.