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Princesa Isabel e imperatriz Maria Leopoldina poderão ter nomes incluídos em livro de heróis da pátria
Proposta do Senado foi aprovada pela CCJ, mas, como sofreu modificações na Câmara, deverá ser analisada novamente pelos senadores
05/06/2024 19h32
Por: Redação Fonte: Agência Câmara

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (5), proposta que inscreve os nomes da imperatriz Maria Leopoldina e da princesa Isabel no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O livro fica depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

O parecer da relatora, deputada Bia Kicis (PL-DF), foi favorável a substitutivo da Comissão de Cultura ao Projeto de Lei 127/20, do Senado. O novo texto inclui a princesa Isabel, pois o projeto do Senado previa apenas o nome de Maria Leopoldina. Como a proposta foi analisada em caráter conclusivo e modificada na Câmara, deverá retornar ao Senado para nova votação, a menos que haja recurso para análise, antes, pelo Plenário da Câmara.

Os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP), Chico Alencar (Psol-RJ), Patrus Ananias (PT-MG), Célia Xakriabá (Psol-MG), Alencar Santana (PT-SP) e Welter (PT-PR) votaram contra o projeto.

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Segundo Chico Alencar, um dos motivos é evitar continuar no sistema em que apenas os “vencedores” ganham destaque. “É um galardão muito acima do que devia ser dedicado, talvez, a outras pessoas, talvez até mais anônimas, pequeninas. As primeiras educadoras brasileiras, mulheres negras muitas vezes esquecidas e até escravizadas, e que resistiram a essas opressões”, opinou o deputado. Alencar também disse que a princesa Isabel apenas sancionou uma lei, que na verdade foi fruto de uma luta de abolicionistas que resistiram à opressão.

Para a deputada Caroline de Toni (PL-SC), as duas mulheres já deveriam estar no livro. “Porque muito foi influência delas para o Brasil que temos hoje. A Leopoldina, especificamente, nossa imperatriz, mulher de D. Pedro I, exerceu um papel fundamental na independência do Brasil. E a princesa Isabel, sabendo que a monarquia corria risco, teve a atitude nobre de perceber e ir contra os interesses liberais e econômicos dos grandes poderosos, os proprietários dos escravos, proprietários de terra. Ela foi a grande artífice da abolição da escravatura”, defendeu de Toni.

Maria Leopoldina foi uma arquiduquesa austríaca conhecida por ter sido a primeira imperatriz do Brasil. Casada com D. Pedro I, é considerada personagem importante na independência do Brasil, por ter influenciado o marido.

A princesa Isabel era filha de D. Pedro II e herdeira ao trono. Em 1871, assinou a Lei do Ventre Livre, que determinou que os filhos de mulheres escravizadas nasceriam livres. Em 1888, assinou a Lei Áurea, que libertou as pessoas escravizadas no País.

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