Nome de Eike Batista é incluído em lista de foragidos da Interpol

O empresário Eike Batista, ex-bilionário que já esteve na lista das pessoas mais ricas do mundo e uma das maiores celebridades brasileiras, agora é considerado um foragido da Justiça e é procurado pela Interpol.

Ele é acusado de pagar mais de R$ 50 milhões em propina ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que já está preso. Segundo os advogados de Eike Batista, o empresário está no exterior a negócios.Desde a tarde desta quinta (26), o nome do empresário Eike Batista está na difusão vermelha da Interpol, uma lista de foragidos internacionais. O empresário poderá ser preso assim que for localizado.A assessoria de Eike Batista declarou que ele está no exterior e que ele vai se apresentar em breve às autoridades, como fez espontaneamente em outras oportunidades.

Agentes federais estiveram na mansão do empresário, na zona sul carioca, mas lá só encontraram o advogado dele, que disse que Eike Batista foi para Nova York a trabalho.

Os policiais apreenderam obras de arte, relógios, jóias, R$ 100 mil em dinheiro e dois carros de luxo, um deles, um porshe.

A prisão preventiva do empresário foi decretada pelo juiz Marcelo Brêtas, da 7ª vara criminal federal do Rio.

O Ministério Público Federal acusa Eike Batista de ter pago 16,5 milhões de dólares em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52 milhões de reais.

O dinheiro saiu de uma conta no Panamá, em nome de uma das empresas de Eike Batista, a Golden Rock Foundation, subsidiária da Centennial Mining Fund, holding também do empresário.

Para disfarçar a operação, eles compraram uma mina de ouro. A Centennial Mining Fund assinou um contrato falso com uma empresa dos doleiros de Sérgio Cabral, os irmãos Renato e Marcelo Chebar.

É deles a colaboração premiada ao Ministério Público Federal. Os irmãos Chebar se passaram por intermediários na compra da mina, para receber uma comissão, mas contaram ao Ministério Público que nunca participaram do negócio.

Só assinaram o contrato para receber o dinheiro em uma conta no Uruguai e depois repassar o valor para Sérgio Cabral.

Para o Ministério Público Federal, o pagamento de Eike Batista a Sérgio Cabral foi pela boa vontade do ex-governador nos negócios de Eike Batista e de suas empresas no Rio.

Os procuradores apelidaram essa quinta fase da operação Lava Jato no Rio de operação Eficiência. Esse era o nome de uma conta bancária que Sérgio Cabral tinha nos Estados Unidos, quando ainda era deputado estadual no Rio. Em poucos anos, após ser eleito governador, essa conta chegou a acumular, segundo os investigadores, 100 milhões de dólares, o equivalente a R$ 340 milhões.

Mesmo já estando na cadeia desde novembro, Sérgio Cabral recebeu um novo mandado de prisão preventiva. Ao todo, foram nove as prisões preventivas decretadas. Entre elas a do braço direito de Eike Batista e vice-presidente do Flamengo, Flávio Godinho. Ele é acusado de ser o responsável pela engenharia financeira para o pagamento de propina de Eike Batista a Sérgio Cabral.

Os agentes também conduziram coercitivamente para prestar esclarecimentos o irmão do ex-governador, Mauricio Cabral. E também a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral, mãe dos três primeiros filhos do ex-governador.

Segundo o Ministério Público Federal, Susana Neves Cabral e o ex-cunhado são suspeitos de receber mordomias pagas com o dinheiro da corrupção. Acompanhe o caso no vídeo acima.

Fonte: Jornal da Globo

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