Morre, aos 80 anos, o ex-vice-presidente da República Marco Maciel

O ex-vice-presidente da República, Marco Maciel, morreu na madrugada deste sábado (12), aos 80 anos. Eles estava internado em um hospital de Brasília, em decorrência de complicações do Alzheimer. Ele deixa a mulher Anna Maria e três filhos. As informações iniciais dão conta de que o enterro será em Brasília, em cerimônia restrita por conta da pandemia.

Marco Maciel foi deputado, governador de Pernambuco, senador e serviu como o 22.º vice-presidente da República de 1995 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Também exerceu o cargo de senador de 2003 até 2011.

Depoimentos

“Pernambuco tem uma larga tradição de formar homens e mulheres notáveis. O vice-presidente Marco Maciel foi uma dessas figuras que marcaram época e deixaram legado. Para nossa tristeza, hoje perdemos esse homem público brilhante. Deputado estadual, federal, senador, ministro, governador e vice-presidente, o currículo demonstra o tamanho de Marco Maciel. Tinha uma mente extraordinária, sendo imortalizado na Academia Brasileira de Letras. Era ainda amado pelos seus pares e admirado entre seus opositores. Acima disso, foi amado pelos pernambucanos. Orgulho do Nordeste, Marco Maciel honrou sua gente e permanecerá imortalizado na nossa história de bravos guerreiros. Minha solidariedade a todos os familiares e amigos. Mais que um dia triste, este sábado, 12 de junho de 2021, é uma data de reverência a um ilustre filho que tanto fez por Pernambuco e pelo Brasil”

Miguel Coelho – prefeito de Petrolina

“Pernambuco perdeu Marco Maciel. Sua trajetória como deputado, senador, governador e vice-presidente teve o símbolo da correção e lealdade aos seus princípios. Cultivou, na vida pessoal e política, o valor do respeito a fidalguia com as pessoas, que tanto faz falta hoje ao Brasil”

Danilo Cabral, deputado federal

A morte de Marco Maciel depois de uma longa enfermidade que o excluiu prematuramente das atividades político partidárias nos deixa mais distante de um virtuoso ciclo de líderes que abdicaram de conquistas materiais ou pessoais e se dedicavam exclusiva e obstinadamente aos elevados interesses do país à luz da retidão, da ética e do rigor na gestão dos procedimentos administrativos. Marco Maciel pertenceu a uma geração de republicanos liberais, cultores da lei e fiéis aos princípios da liberdade e dos direitos civis Soube, como poucos, lidar com a natureza da arte política do possível para salvaguardar o país de rupturas indesejadas e assegurar avanços graduais que se faziam necessários no rumo da redemocratização finalmente consagrada na carta constitucional de 1988.  Prestou um inestimável serviço à moderna História do Brasil ao lado de Tancredo Neves, Aureliano Chaves e Ulisses Guimarães tecendo uma delicada transição do período de governos militares para gestões democráticas eleitas pelo voto universal sem que uma única gota de sangue fosse derramada no país. Suas relações republicanas isentas de preconceitos diante de quaisquer correntes ideológicas tornaram-no um conciliador nato. Foi presidente da Câmara dos Deputados, governador de Pernambuco, senador, duas vezes ministro de estado e finalmente vice-presidente da República nas duas gestões do também estadista Fernando Henrique Cardoso. Marco Maciel deixa a vida sendo, desde muito tempo, um personagem relevante da história e um artífice do bem. Uma pessoa em quem o Brasil podia confiar com a serenidade e a certeza de que a nação estaria em boas mãos” 

J. Angelo Castelo Branco, Jornalista, ex-secretário de Imprensa do Governo do Estado e do Ministério da Educação nas gestões de Marco Maciel e autor do livro Um Artífice do Entendimento, com notas biográficas, editado pela CEPE

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