Medidas de combate à seca só a longo prazo

O investimento em tecno­­­­­logias é uma das apostas do Estado para vencer a falta de chuvas. Entre as medidas está a ampliação de equipamentos dessaliniza­­dores, capazes de transformar em água potável o líquido extraído de poços de baixa profundidade.

A rede conta atualmente com 231 aparelhos e deve ganhar mais 150. No pacote também figura a conclusão de, pelo menos, qua­tro barragens, totalizando R$ 500 milhões. O problema é que, embora a carência da po­­pulação seja imediata, a maioria das alternativas está prevista só para 2017.

A promes­­­sa é atender cerca de 500 mil pes­­­soas, mas, atualmente, dois milhões de cidadãos sofrem com os efeitos da seca severa só no Agreste. A situa­­­ção potencializa um comércio oneroso do líquido e inviabiliza a agricultura, conforme mostrado pela Folha de Pernambuco no último domingo.

Entre as barragens previstas estão Igarapeba (São Benedito do Sul), Serro Azul (Palmares), Panelas (Cupira), e a barragem de Gatos, em Lagoa dos Gatos. Porém, os aportes para as intervenções ainda não foram assegurados.

“A situação da falta d’água no Interior é um grande desafio. Trabalhamos nes­­­sa questão desde 1995, quando se começava a pensar na transposição do rio São Francisco. Contudo, enxergamos se tratar de algo que não atenderia, a contento, antes de 2020”, disse o se­­­cretário de Recursos Hídricos, José Almir Cirilo.

Segundo o gestor, devido à falta de recursos para tocar obras de grande porte, como a Adutora do Agreste, a saída foi partir para ações complementares. Uma adutora inter­­­­ligando o sistema Siriji, em Vicência, ao Palmerinha, em Bom Jardim, deve receber R$ 40 milhões e favorecer 12 municípios.

De acordo com pasta, a maior parte do subsolo no Agreste e Sertão é formada por rochas cristalinas. Com a seca severa, a perfuração demasiada de poços nessas regiões acaba extraindo conteúdos impróprios para o consumo humano. O alto índice de sais dissolvidos é um dos entraves. “A tecnologia adotada é a da osmose inversa, bem mais eficaz para tratar da água salobra e torná-la potável”, ressaltou. Para a amplia­­­­­­ção dos equipamentos, es­­­­­­tão previstos R$ 35 milhões. Entre os primeiros contempla­­­dos, estão Bodocó, Surubim, Venturosa e Exu, beneficiando oito comunidades rurais.

Emergencial

Para este ano, a promessa é de uma obra emergencial. A partir de outubro, segundo a Compesa, começa a implantação de uma adutora que vai duplicar a vazão da Barragem de Pau Ferro, em Quipapá, na Mata Sul, de 60 para 120 litros de água por segundo. Serão beneficiados cerca de 70 mil moradores de Lajedo, São Bento do Una e Calçado, no Agreste. Nessas cidades, há áreas abastecidas por carros-pipa ou recebendo água apenas a cada 28 dias. O investimento do Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal, é de R$ 2 milhões.

 

 

 

 

Fonte: Folha/PE

 

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