Manifestantes protestam na frente de supermercado Carrefour onde homem negro foi morto por seguranças

SP, MG, CE, DF, MS e RJ também registraram manifestações pelo crime. Dois seguranças brancos estão presos.

Manifestações pela morte do homem negro João Alberto Silveira Freitas se espalharam pelo Brasil na tarde desta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra. Na frente do supermercado Carrefour da Plínio Brasil Milano, em Porto Alegre, onde ele foi espancado por dois seguranças brancos até a morte, um grupo de pessoas se reuniu, levando cartazes com inscrições de “Vidas Negras Importam”“Racismo é o Vírus”, e “Justiça por João Beto”.

Manifestante na frente de Carrefour onde home negro foi morto — Foto: Matheus Beck/G1
Manifestante na frente de Carrefour onde home negro foi morto — Foto: Matheus Beck/G1

O protesto começou pacífico mas, à noite, um pequeno grupo que não fazia parte da manifestação quebraram parte do supermercado onde João Beto foi morto pelos seguranças. A Brigada Militar, como é chamada a PM no estado, usaram bombas para dispersar os manifestantes e bloqueou a rua em frente ao Carrefour.

Agentes da Brigada Militar do Rio Grande Sul jogam bombas contra manifestantes em Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (20). — Foto: REUTERS/Diego Vara

João Alberto foi morto no estacionamento do supermercado Carrefour, na noite de quinta-feira (19). Os dois seguranças estão presos e a polícia investiga o caso.

Santa Maria, no interior do estado, também foi registrado protesto.

Em outras Capitais, as pessoas também foram às ruas para pedir por justiça e pelo fim do racismo.

Em São Paulo, manifestantes protestaram na 17ª Marcha da Consciência Negra, no vão do MASP. O protesto começou tranquilo, mas uma pequena parte do grupo que protestava, ao alcançar o Carrefour localizado na Avenida Pamplona, na região dos Jardins. Por volta de 18h30, a fachada do prédio de vidro do shopping onde fica o supermercado foi atingido por pedras e pedaços de pau. Pelo menos um carro ficou destruído, com o vidro estilhaçado e lataria estragada. A polícia não interviu.

Já no Rio, o protesto foi em frente ao Carrefour da Barra da tijuca, reunindo um grupo de pessoas com cartazes que diziam “parem de nos matar”.

E em Minas Gerais, os moradores também se reuniram na frente de uma unidade do supermercado, no centro da cidade. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, espalharam cartazes no chão com mensagens antirracistas. Manifestantes foram até uma loja do Carrefour na Asa Sul, em Brasília pedindo que os clientes não fizessem compras no supermercado. Além disso, levantavam cartazes com frases como “vidas negras importam”. Um grupo também protestou em frente à uma unidade do supermercado em Fortaleza.

São Carlos, no interior paulista, registrou manifestação pedindo justiça pela morte de João Beto. O mesmo aconteceu na cidade de São José dos Campos.

Manifestação em Porto Alegre. — Foto: Matheus Beck/G1
Manifestação em Porto Alegre. — Foto: Matheus Beck/G1
Grupo segura cartazes 'Vidas Negras Importam', em Porto Alegre. — Foto: Matheus Beck/G1
Grupo segura cartazes ‘Vidas Negras Importam’, em Porto Alegre. — Foto: Matheus Beck/G1
Manifestantes se reuniram em frente a loja onde um homem negro foi espancado e morto na véspera do Dia da Consciência Negra (nesta sexta, 20). — Foto: Matheus Beck/G1
Manifestantes se reuniram em frente a loja onde um homem negro foi espancado e morto na véspera do Dia da Consciência Negra (nesta sexta, 20). — Foto: Matheus Beck/G1

O crime

A Brigada Militar, como é chamada a Polícia Militar no Rio Grande do Sul, informou que o espancamento começou após um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. A vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança.

O Carrefour informou, em nota, que lamenta profundamente o caso, que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente.

A rede, que atribuiu a agressão a seguranças, também chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que responde pelos funcionários agressores.

Também em nota, a Brigada Militar informou que o PM envolvido na agressão é “temporário” e estava fora do horário de trabalho.

Segundo o comunicado, as atribuições dele na corporação são limitadas à “execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento” e “guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos”. A Brigada não informou o que ele fazia no mercado.

Via G1 Rio Grande do Sul

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