Mais de 1,5 mil armas apreendidas em operação da Polícia Federal são entregues para uso da Polícia Militar

Doação teve autorização da Justiça Federal para uso provisório. Pistolas, fuzis e revólveres foram apreendidos em clube de tiro em Caruaru investigado por tráfico ilegal de armas e munições.

Armas apreendidas numa operação da Polícia Federal foram entregues para uso provisório da Polícia Militar de Pernambuco nesta terça-feira (2). São 1.549 dos 2.555 fuzis, pistolas, revólveres e outras armas eram do CTA Clube de Tiro, maior clube de tiro do Brasil, que fica em Caruaru, no Agreste, e foi fechado durante as investigações de comércio ilegal de armas e munições.

De acordo com a Polícia Federal, parte das 690 mil munições apreendidas na Operação Zona Cinza também foi doada para uso provisório. O uso deste arsenal pela PM foi autorizado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região 

A investigações começaram em outubro de 2021, em Caruaru, no Agreste do estado. Na época, um inquérito policial foi instaurado para apurar um clube de tiro e uma loja de armas pertencentes ao mesmo grupo, que estariam ministrando cursos, prestando serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo realizados por pessoas sem licença da Polícia Federal.

A cerimônia de entregas das armas aconteceu no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, na praça do Derby. O superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Antonio de Pádua, a secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, e o comandante geral da Polícia Militar, coronel Tibério César do Santos, estiveram na cerimônia.

Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, as armas possuem diversos calibres. Elas serão distribuídas em 51 batalhões e unidades operacionais em todo o estado. O coronel Tibério César dos Santos afirmou também que as munições e as armas vão ser usadas para combater a crimes.

São armamentos modernos, leves. Nosso efetivo vai estar mais bem equipado no combate ao ‘novo cangaço’ e nos confrontos urbanos”, disse à

Comércio ilegal de armas

A Operação Zona Cinza aconteceu em duas fases no ano passado, uma em outubro e outra em dezembro. Durante as investigações:

A PF descobriu um grupo criminoso que produzia documentos falsos e usava esses documentos para simular legalidade ao comércio e ao porte ilegal de armas de fogo;

O grupo produzia entrevistas, vídeos e outros conteúdos com informações ilegais e usava empresas e pessoas jurídicas para divulgar a venda de armas de fogo;

Foram apreendidos 2.555 armas, 40 coletes e aproximadamente 690 mil munições para revólveres, pistolas, carabinas, espingardas e fuzis;

Na ação, a Justiça ainda determinou o bloqueio de 14 páginas na internet, entre perfis e canais de disseminação do conteúdo ilegal;

Um escrivão licenciado da Polícia Civil se tornou réu em um processo por falsidade ideológica e uso de documento falso. Diego de Almeida Soares, que preside a Associação dos Policiais Civis de Pernambuco, ficou quatro meses preso e agora responde em liberdade.

Via g1 Pernambuco.

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