Livro ‘Arte Viva Truká’ registra cultura de indígenas de Orocó e Cabrobó

O povo truká é um dos grupos indígenas que vivem no Nordeste brasileiro, com organizações habitacionais, que somam cerca de 6 mil pessoas, nos estados de Pernambuco e Bahia. As tradições culturais e artísticas dessa população nos municípios de Cabrobó e Orocó, no Sertão pernambucano, foram tema de um projeto que deu origem ao livro ‘Arte Viva Truká’, que foi lançado digitalmente.

O livro é composto por registros fotográficos de adornos produzidos pelos truká, como colares feitos com penas e sementes e bolsas produzidas com fibras vegetais, utensílios de cozinha feitos a partir do barro, objetos usados em ritos religiosos e na caça e artigos de madeira, além de textos escritos por professores indígenas, artistas, estudantes e outros membros de comunidades indígenas.

De acordo com a educadora e uma das coordenadoras da publicação, Eliene Amorim de Almeida, as oficinas foram tão produtivas que surgiu a vontade de preservar os conhecimentos de forma escrita. “A cultura dos truká é tão rica, tão diversificada, que resolvemos fazer o livro. Então é importante preservar esse saber tradicional, que é passado de geração em geração, pois apenas de forma oral ele pode acabar se perdendo”, afirmou.

Ainda segundo a educadora, em Pernambuco existem 12 povos indígenas, mas este é o primeiro livre sobre arte indígena no estado. “A arte faz parte da identidade do povo. O registro é uma forma de deixar para as próximas gerações o conhecimento que os truká recebem dos pais e dos avós. Os textos são escritos na primeira pessoa do plural para dar uma ideia de “nós”, ou seja, de que é um bem da comunidade, algo comum a todos”, declarou Eliene.

O projeto ‘Arte, Saberes e Memórias do Povo Truká’, que deu origem ao livro, foi realizado entre os anos de 2014 e 2015, visava promover oficinas e discussões sobre a necessidade de integrar ao currículo escolar o ensino da arte e da tradição desse povo. O livro ‘Arte Viva Truká’ pode ser lido gratuitamente na íntegra no site do Centro de Cultura Luiz Freire, assim como está disponível para download. (G1)

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