Israel busca fortalecer relações com o Brasil no governo de Bolsonaro

Governo israelense tenta ampliar mercado e aprofundar relações em várias partes do mundo; primeiro-ministro pode vir para a posse no Brasil

A eleição de Jair Bolsonaro para a presidência foi vista pelo governo israelense como um estímulo para aprimorar as relações bilaterais entre Israel e Brasil. E, segundo afirmou o cônsul de Israel em São Paulo e na região sul do Brasil, Dori Goren, a conversa entre Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após a vitória do brasileiro, caminhou no sentido de fortalecer o laço entre os dois países, incrementando ainda mais o comércio entre ambos.

— Temos uma expectativa muito positiva em relação ao próximo presidente, Jair Bolsonaro. Ele sempre deu demonstrações de que sua relação com Israel é muito boa, e a conversa que teve com o primeiro-ministro, da qual participou o embaixador israelense no Brasil, Yossi Shelley, só veio comprovar isso neste momento.

O governo israelense já está à espera da visita de Bolsonaro que, caso ocorra após a posse, será a segunda de um presidente brasileiro ao país. O primeiro foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2010. Há, ainda, a expectativa de que Bolsonaro vá a Israel antes mesmo de assumir a presidência.

Nos últimos tempos, Israel tem procurado ampliar mercado e aprofundar relações em várias partes do mundo, por meio do intercâmbio de tecnologia. E o Brasil se encaixa neste contexto.

Do lado israelense, Goren destacou a possibilidade de um maior número de autoridades de alto escalão do governo visitarem o Brasil, nas quais está incluído Netanyahu, cujos planos de viajar ao País ainda este ano foram adiados. Mas há forte possibilidade dele estar presente na posse do brasileiro,

— Nesta nova etapa pode haver visitas de membros do governo e até do primeiro-ministro, que sempre manifestou a intenção de um dia vir ao Brasil.

Para o cônsul, os laços entre os países podem se fortalecer em vários aspectos. Inclusive dentro de organizações internacionais, com o Brasil passando a apoiar mais Israel em votações internacionais.

Em 2017, algumas votações da Unesco, por exemplo, fizeram Israel deixar a instituição, em protesto. Uma delas foi a que reconheceu o centro histórico de Hebron, na Cisjordânia, como Patrimônio da Humanidade em perigo, considerando que área sagrada judaica está em território palestino.

— O aprimoramento das relações pode ser feito de várias maneiras, ampliando o comércio e também em votações de organismos internacionais. É importante agora que toda essa perspectiva positiva seja colocada em prática.

Goren ressaltou que, ao longo dos anos, Brasil e Israel vêm mantendo uma boa relação, baseada em um avanço nas transações comerciais e no fato de ambas as economias não serem competidoras entre si.

— Nossas economias são complementares. Israel é um exportador de tecnologia e também tem interesse no mercado brasileiro. É uma parceria que já está em andamento, mas que ainda está longe de ser explorada em todo o seu potencial.

Nos últimos anos, o Nordeste brasileiro tem recebido tecnologia israelense para soluções em relação à escassez de água e para o desenvolvimento agrícola.

A aproximação maior entre Brasil e Israel pode até facilitar um acordo de paz na reigão do Oriente Médio, segundo o cônsul. Mas ele faz uma ressalva, deixando claro qual é o posicionamento de Israel em relação às conversações com representantes palestinos e de outros países.

— O aumento do número de países com uma boa relação com Israel é sempre bom para ajudar no diálogo pela paz. Mas sempre colocamos que um acordo tem de partir de conversas diretas entre Israel e seu interlocutor.

Via R7

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