Nove mortos durante ação da PM na Bahia são do estado de Pernambuco

Todos os nove mortos durante operação da Polícia Militar (PM) no município de Sento Sé, no norte da Bahia, são naturais do estado de Pernambuco. A informação foi divulgada na noite dessa terça-feira (20) após entrevista com o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Jorge Figueiredo, que está à frente das investigações.

Conforme o delegado, todos os suspeitos mortos já foram identificados. Três deles são do município de Floresta, três de Belém do São Francisco, dois de Serra Talhada e um do Carnaubeira da Penha. As idades dos homens variam de 23 a 65 anos.

Os nomes dos suspeitos mortos são: Luciano Fagundes da Silva, José Carlos da Silva, Osmar Hortêncio Torres, Amauri Coelho de Sá Torres, Lorinaldo Luiz da Silva, Ailo Benício dos Santos, Ronildo Augusto dos Santos, Charles de Sá Leite e Tadeu Ferreira de Sá.

Jorge Figueiredo detalha que solicitou à Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco informações referentes às fichas criminais das pessoas mortas, por não ter autonomia para acessar os dados de outro estado. Entretanto, conta que tem ciência de que ao menos quatro deles têm passagem pela polícia por crimes como tráfico de drogas, assalto a banco e sequestro. “Amanhã [quarta, 21], devo receber essas informações completas”, antecipa.

Passados três dias da operação, Figueiredo afirma que foram apreendidos com os suspeitos mortos: cinco fuzis (dois do tipo 556 e três 762), quatro pistolas, dois revólveres, seis explosivos, além de lanternas, balaclavas (gorro) e pés de cabra.

Todos os itens apreendidos, segundo o delegado, foram encaminhados para a perícia. Ele destaca que as armas dos policiais envolvidos na operação também serão analisadas. “Todas as armas do confronto foram recolhidas. Eu mesmo as trouxe. Elas já se encontram no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e serão encaminhadas para perícia”, revela.

‘Persistência’
Para o diretor do Draco, Jorge Figueiredo, a operação teria sido “exitosa” se todos os suspeitos tivessem sido presos e não mortos. Entretanto, ao relatar que as equipes foram recebidas a tiros, elogiou a atuação dos policiais militares. “O sucesso da operação foi a persistência”, avaliou.

Para desarticulação da quadrilha, Figueiredo disse que foi decisiva a permanência das equipes na região, desde a identificação dos criminosos. A operação começou na madrugada entre terça e quarta-feira (13 e 14), quando agentes da 96ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) identificaram o grupo dividido em dois carros. No dia, um policial foi baleado na perna em confronto.

O delegado detalha que os homens fugiram por uma estrada vicinal. Com acionamento de policiais de diversas unidades especializadas, Figueiredo conta que os criminosos ficaram encurralados até o sábado (17), quando foram localizados e, em confronto, mortos. A polícia tem o registro que um dos suspeitos conseguiu fugir e ainda não foi localizado.

Reféns
O delegado Jorge Figueiredo diz que três pessoas foram feitas reféns pelos criminosos durante a fuga. As vítimas teriam sido capturadas nas localidades de Junco e Ponta D’Água, que ficam na zona rural de Sento Sé.

Figueiredo conta que um dos reféns foi capturado na quarta e ficou com o suspeitos até a sexta-feira, quando conseguiu fugir após a morte do primeiro suspeito, que sozinho tentou roubar uma motocicleta e foi encontrado pela polícia. Por ser morador da região, a vítima teria sido usada como guia. Outros dois homens foram feitos reféns também na quarta e usados na obtenção de alimentos e água. Entretanto, foram soltos no mesmo dia.

“[Estão] assustados [os reféns]. O que ficou como guia só sabia agradecer [após o término da operação]. Ficamos até sensibilizados. Ele fez questão de cumprimentar todos os policiais, um a um. Passou três dias com a arma na cabeça”, revela o delegado. Todos os reféns, acrescenta Figueiredo, reconheceram os suspeitos mortos como integrantes da quadrilha que os mantiveram reféns.

A polícia acredita que todos os suspeitos integravam os “Araquan”, grupo envolvido em vários crimes no Sertão pernambucano.

Inquérito
O diretor do Draco, Jorge Figueiredo, afirma que o Ministério Público da Bahia foi informado da operação e que o inquérito do caso deve ser fechado em um prazo de 30 dias.

O MP-BA relatou que o caso está sendo acompanhado pela promotora Lolita Macedo Lessa, que recebeu da polícia os autos de prisão em flagrante. O órgão, entretanto, relatou que a promotora só irá se posicionar sobre o caso quando o receber o inquérito da ação. (G1 Bahia)

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