Família contesta causa da morte de homem internado em hospital de Floresta, PE; Prefeitura emite nota sobre o caso

Na manhã desta sexta-feira dia (09), a família de Márcio Menezes de Souza, entrou em contato com o Blog O Povo com a Notícia e relatou uma possível falha do Hospital Álvaro Ferraz, no município de Floresta, no Sertão de Pernambuco.

Segundo eles, Márcio, de 40 anos morreu em decorrência de infarto, mas o hospital teria colocado como causa da morte Covid-19, e com isso eles não poderiam fazer velório para o homem. Márcio veio a óbito ontem dia (08).

Ainda de acordo com a família, após a morte de Márcio, a família pagou um exame particular onde constatou que Márcio não tinha contraído Covid-19.

“Familiares de Márcio irão procurar os seus direitos na justiça”. Disse um dos familiares.

Leia a nota na íntegra:

Paciente M.M.S. chegou ao Hospital Cel. Álvaro Ferraz, localizado no município de Floresta- PE, com características de surtos psiquiátricos, com febre (T:39,2°C);baixa saturação de oxigênio (92%); tosse, dispnéia (dificuldade de respirar).O mesmo teve atendimento médico, foi medicado e feitos  exames laboratoriais, segundo os exames foi verificada uma alta infecção, apresentando altos valores de leucócitos (16.000 por campo).

A família, de imediato, assinou um termo de responsabilidade para a retirada do paciente, com justificativa que o médico do paciente não estava de plantão e que iria levá-lo para passar pelo psiquiatra do município, porém, o psiquiatra está com diagnóstico de COVID-19.

Na manhã do dia seguinte, o paciente acordou e a esposa deu a medicação de rotina do mesmo, foi ao banheiro e apresentou sintomas de mal súbito: desmaio, cianose com presença de micção. De imediato, a equipe o levou para a sala de Reanimação, onde foram realizadas Reanimação Pulmonar, Ventilação Mecânica, Intubação endotraqueal, porém, depois de 40 minutos, o paciente não resistiu e veio a óbito.

Devido ao paciente apresentar sinais e sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foi feito o exame de teste rápido Antígeno, onde o mesmo deu resultado POSITIVO, logo após, foi coletada uma nova amostra das narinas para realizar o swab e ser encaminhado para o Laboratório do estado de Pernambuco (LACEN),como seguem os protocolos.

Foi feito o tamponamento (cobertura de orifício corporal) e coberto o corpo com sacos específicos para evitar contaminação, e assim levado para o local específico localizado no hospital. 

Depois de 4h do óbito, a funcionária de um laboratório particular relatou que a família inconformada com o diagnóstico, solicitou uma coleta de antígeno particular, a mesma, abriu os sacos protetores, retirou o tamponamento e coletou. Depois de 15 minutos foi dado o resultado: NEGATIVO.

Nota Técnica –SEVS-SES-Secretária de Vigilância em Saúde – N 26-2020: Definições de CASOS SUSPEITOS E CASOS CONFIRMADOS: Todo paciente que apresenta febre, tosse, dispneia, saturação abaixo de 95% e que venha a óbito, terá na Declaração de óbito como Diagnóstico de SRAG(Síndrome Respiratória Aguda Grave).

A família foi orientada pela equipe médica, assistente social, equipe de enfermagem, sobre  o risco de contágio, caso houvesse velório no domicílio, porém, a família irredutível solicitou ao médico plantonista que mudasse de imediato o diagnóstico do paciente, e assim não foi feito, devido contradizer as normas e manejo dos protocolos descritos pelo Ministério da Saúde.

Nova Técnica do Ministério da Saúde, Versão 1, em 25/03/2020 relata – Manejo de corpos no contexto no novo coronavírus COVID-19, Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/25/manejo-corpos-coronavirusversao1-25mar20-rev5.pdf

– Que o novo Coronavírus, o SARS-CoV-2, segundo a Organização Mundial de Saúde OMS, é transmitido, fundamentalmente, pelo contato direto com as secreções respiratórias e emissão de gotículas dispersas por aerossóis de tais secreções, que há também evidências da presença do vírus na urina e nas fezes, portanto são excrementos potencialmente transmissores. E que, embora não haja evidência de infecção a partir de cadáveres de pessoas falecidas pelo COVID19, é prudente considerar que estes cadáveres podem constituir um risco de infecção para as pessoas que entram em contato direto com eles.

A Secretaria Municipal de Saúde se coloca à disposição para caso ainda existam dúvidas sobre os fatos.

Via Blog O Povo com a Notícia

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