Estudante brasileiro diz que foi vítima de violência xenófoba em Portugal

O estudante brasileiro Iran Barbosa, de 24 anos, diz ter sido vítima de um ataque xenófobo enquanto caminhava para casa, na cidade de Covilhã, a 280 km de Lisboa, em Portugal, na madrugada desta terça-feira. O pernambucano conta que foi agredido com um soco no rosto, seguido por diversos golpes, desferidos por dois portugueses que o chamaram de ‘brazuca’. A agressão foi denunciada no Facebook pela mãe de Iran.

— A rua estava escura e dois homens vieram na minha direção. Achei que eram conhecidos ou que queriam perguntar alguma coisa, porque vinham mesmo de encontro a mim. Quando se aproximaram, reparei que não os conhecia e nunca os tinha visto. Foi tudo muito rápido. Disseram “toma, zuca, isso é o que mereces” e levei um murro no nariz de um enquanto o outro dava vários golpes — afirmou o estudante ao GLOBO.
Depois de deixar o brasileiro caído na rua, os agressores foram embora “andando como se nada tivesse acontecido”, disse ele. O estudante foi encontrado por um amigo que passou de carro no local, reconheceu Iran e o levou para casa.

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– Fiquei muito assustado porque não parava de sangrar no rosto. Quando cheguei em casa, um amigo que mora comigo e o que me deu carona limparam as feridas e fizeram curativos.

A mãe do jovem pernambucano, Micheline Noêmia Silva, publicou um relato em rede social, mostrando o estado em que seu filho ficou após a agressão dos portugueses.

“É incrível como nos dias de hoje ainda estamos sofrendo desse mal, que as pessoas sejam tão cegas e tragam tanta amargura em seus corações, quanta intolerância”, afirmou na publicação.

Essa não foi, contudo, a primeira vez em que o estudante sofreu com o preconceito por ser estrangeiro. Ele morou em Portugal com sua família de 1998 a 2007 e, durante a infância, por volta dos 6 ou 7 anos, conta Iran, dois vizinhos da família declaravam ódio e diziam para ele voltar para o Brasil.

— Eles iniciaram lutas várias vezes comigo e com meu irmão, mas sempre entendi como um caso isolado e nunca generalizei — diz o jovem, ressaltando que sempre foi bem tratado no país até então e que vários de seus amigos são portugueses.

Em 2007, a família voltou para Recife, onde Iran cursou faculdade. Após concluir a graduação, há um ano e cinco meses, ele começou um mestrado em design de jogos digitais na Universidade da Beira Interior em Covilhã.

Via 24HorasNews

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