Dona de casa de bronzeamento usava estabelecimento para traficar armas e drogas, em esquema entre Recife e São Paulo

Quadrilha usava nomes de agentes públicos para adquirir armas e revender para crime organizado. Empresária recrutava ‘mulas’ entre as clientes.

A Polícia Civil de Pernambuco informou que desarticulou uma quadrilha de tráfico de armas e drogas que operava no Recife (veja vídeo acima). Foram presas, ao todo, 19 pessoas, incluindo uma empresária, que é dona de uma casa de bronzeamento artificial localizada no bairro do Barro, na Zona Oeste da cidade. Segundo a corporação, a mulher é suspeita de usar o estabelecimento para praticar os crimes.

Segundo o delegado, os participantes da quadrilha usavam nomes de agentes públicos para conseguir adquirir as armas e, depois, entregavam os armamentos à chefe da organização criminosa e ao marido dela, que adulteravam os produtos e os repassavam para o crime organizado.”A gente conseguiu identificar um esquema criminoso muito complexo. Eles se utilizavam de ‘laranjas’ – ela, notadamente, como líder da organização – para, junto ao Exército brasileiro e à Polícia Federal, fazer aquisição de armas de fogo e também de munições”, contou Álvaro Grako.

Além disso, de acordo com Grako, a empresária usava a casa de bronzeamento para comercializar drogas e recrutar “mulas”, como são conhecidas as pessoas que transportam os entorpecentes para outros estados.

“As ‘mulas’ se dirigiam em voos comerciais, noturnos, para a cidade de São Paulo, onde recebiam o material entorpecente, e aí retornavam, de forma dissimulada, nas suas malas, dentro das suas bagagens, em trechos de ônibus noturnos para o Recife”, disse o delegado.

Segundo ele, três dessas pessoas foram presas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia e uma delas foi presa pela Delegacia de Roubos e Furtos, desembarcando no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no Recife, com três quilos de pasta-base de cocaína.

A operação batizada de Rainha das Armas cumpriu 15 mandados de prisão e outros dez, de busca e apreensão. Quatro suspeitos foram detidos em flagrante. As investigações começaram em 2022.

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