Despachante e servidor da Receita Federal são suspeitos de manipular fiscalizações no Porto de Suape

Receita Federal estima que o prejuízo aos cofres públicos seja da ordem de R$ 16 milhões

Um despachante aduaneiro e um servidor da Receita Federal, que atuava no Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana, são alvos da Operação Recôndito, deflagrada na manhã desta quarta-feira (31) pela Polícia Federal (PF) e Corregedoria da Receita Federal.

De acordo com a PF, os envolvidos agiam no intuito de diminuir as inspeções fiscais em produtos importados ou exportados de clientes do despachante aduaneiro, beneficiando terceiros. A Receita Federal estima que o prejuízo aos cofres públicos seja da ordem de R$ 16 milhões.

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã em endereços residenciais e comercial nas cidades do Recife e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana. Também foram autorizadas, judicialmente, as interceptações telefônica e telemática dos envolvidos.

Nos locais alvos da operação, foram apreendidos relógios de grife, joias e dinheiro em espécie.

O objetivo é identificar outros envolvidos e confirmar o modus operandi dos investigados que manipulavam inspeções fiscais no Porto de Suape.

A Receita Federal informou que investigações foram iniciadas em abril de 2020, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), a partir de denúncia anônima sobre a “existência de um esquema de mitigação das inspeções físicas de importações indicadas para o canal vermelho de inspeção, com a suposta atuação irregular de um servidor da alfândega”.

Cerca de 20 policiais federais, além de 14 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal participaram na Operação Recôndito, que significa escondido, encoberto, oculto, retirado, e faz referência às “tratativas obscuras dos investigados“, segundo afirmou a PF. 

De acordo com a corporação, os investigados respondem pelos crimes de descaminho, facilitação de descaminho, corrupção ativa e passiva e associação criminosa. As pena podem alcançar 23 anos de prisão.

Via Folha de Pernambuco.

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