Crianças com microcefalia e outras doenças raras têm benefício cortado

Muitas mães de crianças com microcefalia precisaram largar o trabalho para cuidar dos filhos e dependem do pagamento do BPC

Nesta quinta-feira, mais de 80 mães de crianças com microcefalia e outras doenças raras realizaram um protesto em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no bairro de Santo Antônio, na área central do Recife.

O protesto foi organizado pela União de Mães de Anjos (UMA), uma organização não governamental que presta assistência a mais de 400 famílias.

De acordo com a UMA, ao menos 22 mães tiveram o Benefício de Prestação Continuada (BPC), cortado sem aviso prévio. Esse auxílio de R$ 998 é fornecido às crianças que nasceram com microcefalia e que estão em uma família com renda menor que 1/4 do salário-mínimo vigente.

Mesmo sendo garantido por lei, essas mães afirmam que estão com o dinheiro bloqueado desde o último mês de junho.

A presidente e fundadora da associação, Germana Soares, disse que as mães foram pegas de surpresa pelo bloqueio do benefício. “Nenhuma mãe recebeu o aviso, nenhuma carta avisando que iria suspender, não saiu recado nos caixas eletrônicos (…) A gente chegou para sacar o dinheiro e não estava”, denunciou.


As mães afirmam que estão com o dinheiro bloqueado desde o último mês de junho | JC Imagem

Germana também afirmou que durante o ato desta quinta-feira (18) nenhuma das mães foi recebida para maiores esclarecimentos. Ela também afirma que esse auxílio é de extrema importância para a sobrevivência dessas famílias. “92% dessas mulheres deixaram de trabalhar, então elas vivem exclusivamente para cuidar dessas crianças. A nossa rotina continua a mesma: terapia, consultas, muitos médicos e exames. Não tem condições de trabalhar com as crianças com a complexidade das nossas”, disse.

No começo, a resposta que muitas dessas mulheres recebem no INSS é que elas precisariam aguardar de 30 a 80 dias para voltar a receber o BPC. No entanto, os custos com leite, remédio e moradia continuam. “Como está a situação dessas mulheres? Elas estão vivendo de que? Tão comendo o que? Esse povo vai morar onde? Cadê o cuidado com essas crianças?”, questionou Germana.

Via Radio Jornal

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