Coronavírus: hospital desenvolve novo teste para uso em larga escala

Exame tem capacidade de processamento dezesseis vezes maior do que análises do tipo RT-PCR

O Hospital Albert Einstein divulgou nesta quinta-feira, 21, a criação de um novo tipo de teste para detectar a Covid-19 em larga escala. Trata-se de uma análise feita a partir do RNA do vírus, com alta potência de precisão — 100% de acerto em casos positivos — e possibilidade de processamento até dezesseis vezes maior do que o RT-PCR, um tipo de análise molecular amplamente utilizada em todo o mundo para detectar o novo coronavírus.

Para chegar nesta solução, especialistas da instituição trabalharam cerca de dois meses no  sequenciamento genético do vírus e no desenvolvimento de um programa de análise. Com essas ferramentas, tornou-se possível processar as amostras colhidas nos pacientes em um equipamento normalmente utilizado para detectar, entre outros estudos, mutações celulares que podem tornar-se quadros de câncer.

“A máquina do RT-PCR processa 96 testes ao mesmo tempo, já essa máquina tem capacidade de receber 1.536 amostras simultaneamente”, explica o presidente Hospital Albert Einstein, Sidney Klajner. Por conta do aumento expressivo na quantidade de testes avaliados ao mesmo tempo e por usar máquinas e insumos que não estão em falta no mercado, acredita-se que o preço pago por cada uma das análises seja menor do que o praticado para o RT-PCR , cotado na média de 250 reais na instituição.

A inteligência artificial é a tecnologia por trás da capacidade de processar mais testes ao mesmo tempo. “É uma ferramenta que permite informatizar o processo de avaliação do grande volume de dados produzidos na análise das amostras”, explica Murilo Cervato, gerente de inovação e ciência de dados no Einstein e CEO da Varstation, responsável pela ferramenta de dados.

A inovação deve entrar em funcionamento no hospital no início de junho. Estima-se que será possível atestar 24.000 análises por semana. A título de comparação, durante todo o período da pandemia no país a instituição realizou cerca de 30.000 testes ao todo. “A replicação desse modelo pode ocorrer por dois caminhos: fazer mais testes em nosso laboratório ou transferir a tecnologia para que outros centros de estudo que também façam sequenciamento genético a utilizem”, explica Klajner. “A grande diferença é o conhecimento acerca do vírus e a tecnologia da inteligência artificial desenvolvida aqui”.

Via Veja

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