Caso Beatriz: menina se assustou ao ver faca e morador de rua a matou para silenciá-la, diz secretário de Defesa Social

Secretário Humberto Freire falou à imprensa sobre o caso durante entrevista coletiva no Recife, nesta quarta-feira (12).

Beatriz Angélica Mota, criança de 7 anos morta a facadas dentro de um colégio particular em Petrolina em 2015, foi assassinada por Marcelo da Silva, de 40 anos, porque se assustou ao ver o morador de rua com uma faca. O crime teria sido cometido para silenciar a menina. Essa foi a motivação apontada pelo secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (12), no Recife, Humberto Freire falou sobre a demora em apontar um autor para o assassinato, que ocorreu no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.

Na terça (11), seis anos, um mês e um dia depois do caso, a SDS afirmou que identificou o morador de rua Marcelo da Silva como o homicida. Ele foi indiciado pelo crime no mesmo dia do anúncio.

“Temos a motivação alegada se coadunando [coincidindo] com a dinâmica dos fatos que, ao haver contato do assassino com a vítima, ela teria se desesperado e por isso foi silenciada a golpes de faca”, declarou o secretário.

Participaram da coletiva o secretário de Defesa Social, Humberto Freire; o chefe da Polícia Civil, Nehemias Falcão; a coordenadora o do Central de Apoio a Promotorias (Caop Criminal), Ângela Cruz; e o gerente geral da Polícia Científica, Fernando Benevides, que tomou posse do cargo neste mês.

Não participou da entrevista nenhum dos delegados que integraram a força-tarefa criada em 2019 para investigar o caso. Como a coletiva foi restrita a jornalistas, os pais de Beatriz, Lucinha Mota e Sandro Romilton não puderam participar, mas foram chamados pelo secretário para uma conversa antes da entrevista. A mãe da garota afirmou que precisa de mais elementos e informações para considerar que o caso está solucionado.

Evidências

Marcelo da Silva tem 40 anos e vive em situação de rua. Ele nasceu no Sertão do estado, e desde 2017 estava preso pelo crime de estupro. Em 2019, ele teve material genético colhido para inserção no banco genético do estado, num mapeamento de todos os condenados do sistema prisional.

Em 2021, a polícia começou a monitorá-lo, junto com outros 124 condenados do sistema prisional, depois de um refinamento dos dados genéticos e melhoria do material encontrado na faca cravada no tórax de Beatriz.

No final de 2021, surgiu o primeiro indicativo que apontava o DNA de Marcelo como sendo o mesmo encontrado na faca.

“Surgiu o primeiro indicativo ainda em 2021 e, a partir desse indicativo, diversas outras análises são necessárias para comprovação. Chegamos a afirmar técnico cientificamente, de forma cabal por quatro peritos geneticistas, que, depois do primeiro indicativo e de outros exames, sempre foi confirmada aquela indicativa inicial”, explicou Humberto Freire.

Na primeira semana de janeiro, Marcelo da Silva foi levado ao Fórum de Trindade, também no Sertão, para um procedimento ligado a outro crime pelo qual responde. Segundo o secretário Humberto Freire, ele já foi preso ao menos três vezes por estupro de vulnerável e crime contra o patrimônio.

Foi nessa ida ao fórum que a Polícia Científica coletou, mais uma vez, o material genético do suspeito e conseguiu concluir o confronto entre os materiais genéticos.

De acordo o secretário de Defesa Social, o DNA de Marcelo teve total compatibilidade com o material genético presente no cabo da faca encontrada no corpo de Beatriz. Depois desse exame, o suspeito prestou depoimento em que, segundo diz a polícia, confessou o crime à força-tarefa criada para conduzir as investigações.

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Via G1

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