Bolsonaro é descartado pelo PSL para disputar a Presidência da República

Deputado pelo Partido Social Cristão (PSC), o pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (RJ) foi recusado pelo Partido Social Liberal (PSL) como eventual cabeça de chapa para as eleições presidenciais de 2018. O PSL, que passa por processo de renovação e se chamará “Livres”, divulgou nota (íntegra abaixo) por meio da qual classificou Bolsonaro como “incompatível” com seus ideais. Não é a primeira vez que o deputado é recusado. Como este site mostrou em julho, o PSDC já o o havia feito.

À procura de uma legenda que acomode suas ideias (classificas como de “extrema direita”), Bolsonaro tem conversado com legendas como o antigo Partido Ecológico Nacional (PEN), que mudou de nome – o deputado chegou a assinar ficha de compromisso de filiação ao Patriotas há cerca de um mês, mas disse em entrevista ao site Crítica Nacional que seu “noivado” com a legenda esfriou. Bolsonaro quer o comando dos diretórios de estados-chave como São Paulo e Minas Gerais, dois dos maiores colégios eleitorais do país, e nisso reside o impasse com o Patriotas.

“Estamos noivos e voltamos à situação de namorados, porque eu não tenho uma garantia [de candidatura à Presidência]. Eu não quero desqualificar quem quer que seja no Patriotas, mas é questão de garantia. E, quando se fala em política, isso tem que estar no papel, e não tínhamos essa garantia no papel. Recuamos. Não está sepultada a ideia de estar lá, ainda, mas recuamos bastante”, explicou Bolsonaro.

Em uma dessas conversas com dirigentes de partido, Bolsonaro se reuniu justamente com o presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), e depois recebeu o “não” oficial do partido. Mas Bolsonaro, em entrevista àquele site, chegou a manifestar otimismo em relação ao “casamento” depois da reunião “excepcional” com Bivar, e falou até mudança de estatuto.

“Ele sabia de nossos interesses. Foi um primeiro encontro excepcional e, ao que tudo indica, nós poderemos ir para o PSL, que mudaria de nome, mudaria estatuto. E o que é mais importante: eu teria 100% de chance de disputar as eleições do ano que vem como candidato a presidente da República”, disse o parlamentar.

Indefinição

Outra legenda que pode abrigar Bolsonaro é o Partido da República (PR), mas tal possibilidade ainda está no terreno das especulações. A janela para a troca de partido fechará em 7 de abril, seis meses antes do primeiro turno das eleições, nos termos da minirreforma eleitoral feita pelo Congresso em 2015.

Nesse vai-e-vem partidário, Bolsonaro é um dos candidatos mais citados em pesquisas de intenção de voto. No entanto, em uma das mais recentes, divulgada ontem (quarta, 20) pelo Barômetro Político Estadão-Ipsos, o deputado registrou queda de desempenho quando os números são comparados a trabalhos anteriores, dos grupos Ibope e DataFolha, que posicionam Bolsonaro como segundo colocado na preferência do eleitorado, atrás apenas do ex-presidente Lula (PT).

A exemplo do ex-presidente Lula (PT) – líder em todas as pesquisas, mas condenado a mais de nove anos de prisão –, Bolsonaro pode se tornar inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. Com condenação confirmada no Supremo Tribunal Federal (STF), por danos morais à deputada Maria do Rosário (PT-RS), o parlamentar é réu na mesma corte e, caso tenha condenação em dois órgãos colegiados, enquadrar-se-á na legislação de inelegibilidades. Ele responde por incitação ao estupro e injúria no STF.

Via Congresso em foco

 

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