O casal que acorrentava e maltratava uma criança de apenas 4 anos no bairro Mutirão, em Serra Talhada, foi encaminhando para a cadeia, após audiência de custódia ocorrida nessa terça-feira (22).

O Farol de Notícias confirmou a informação na manhã desta quarta (23), em acompanhamento do caso junto à Polícia Civil.

A delegacia detalhou que o pai do menor foi levado para a cadeia local, situada no bairro Borborema, às margens da BR-232. E a madrasta foi para a Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste do estado. O Farol também acompanhou o estado da criança, por meio de informações colhidas no Conselho Tutelar.

Um dos entrevistados, o conselheiro tutelar, Edvan Lima, informou que o menor está internado em recuperação após receber atendimento médico e psicológico no Hospam (Hospital Regional Agamenon Magalhães). A boa notícia é que o Conselho Tutelar conseguiu encontrar a mãe biológica do garoto.

“Encontramos a mãe biológica, mas por questão de segurança da criança vamos manter em sigilo o local onde ela mora. O que podemos dizer é que ela vive em um município vizinho a Serra Talhada”, frisou, resumidamente. O Conselho Tutelar identificou também a existência de uma briga judicial entre o pai e a mãe do menor.

“Eles (família da mãe) enfrentam uma disputa judicial pela guarda da criança. E a mãe nos relatou que o genitor a impedia de ver o filho”, revelou Edvan. Ainda não há previsão de alta da criança. O pai e a madrasta respondem por crime inafiançável de tortura.

Casal justifica tortura

O casal ainda tentou justificar as razões dos atos ao Delegado de Polícia, Cley Anderson Rodrigues, responsável pelo caso.

“Eles disseram que faziam isso porque a criança era muito teimosa e deixava-o amarrado um dia sim, um dia não”, disse o policial, revelando que encontrou o menor debilitado e em situação degradante.

O caso chocou os moradores do bairro e a população serra-talhadense. O menor, que encontra-se em tratamento médico no Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam) era submetido a tortura com correntes de ferro e ficava no quintal da casa, sob o sol, com as correntes que prendiam da região dos pés aos quadris.

O caso também chocou os conselheiros tutelares que relataram haver sinais de tortura nas pernas, braços, região da boca e até nos órgão genitais. 

Via Farol de Notícias