1,5 mil PMs voltam ao trabalho em Pernambuco

De 1.811 policiais militares que estavam de férias neste mês, 1.475 têm voltado ao trabalho desde a última quinta-feira, quando pas­sou a vigorar a portaria que suspendeu, até o próximo dia 31, o período de descanso de profissionais das polícias Militar (PM), Civil e Científica. A medida foi tomada com o intuito de possibilitar um aumento emergencial do efetivo, reforçar a segurança nas ruas e amenizar os efeitos da operação padrão deflagrada pela PM no último dia 6.

O balanço foi divulgado na noite da última sexta-feira (16) pelo Go­verno do Estado em meio a contes­tações acerca de um bloqueio de R$ 400 mil, imposto por determi­­­nação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), nas contas de quatro associa­­ções militares. As instituições já se articulam para recorrer da decisão.
Pelo menos até a próxima se­­gunda-feira, o policiamen­­to no Grande Recife segue tendo apoio de 3,5 mil homens das Forças Armadas. Já o efetivo de quase 1,5 mil policiais que retorna das férias vai prevenir e combater a criminalidade “especialmen­te em uma época de festivida­des, aumento do fluxo de pessoas entre as diversas regiões do Estado e o aquecimento da economia, com maior circulação de dinheiro nos centros comerciais”.

A medida foi, inclusive, citada numa reunião entre o coman­­do-geral da corporação e instituições ligadas ao setor de comércio e serviços na última quinta-feira. De acordo com a PM, a expec­tativa é de que mais policiais se apresentem nos próximos dias.

Ontem, o comandante-geral, coronel Carlos D’Albuquerque, reafirmou que o Gover­no está buscando formas de garantir segurança à população e falou em diálogo. “O canal de negociação com a categoria está completamente aberto, via comando”, destacou.

As discussões sobre incrementos na remuneração dos policiais nem começaram e Governo e associações militares ainda não se entendem sobre a forma como as tratativas devem ocorrer.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) defende que os comandantes gerais da PM e do Corpo de Bombeiros negociem sobre o assunto. Já as associações reclamam da extinção de uma mesa de reuniões existente desde a greve de maio de 2014.

Já o bloqueio de R$ 400 mil ocorreu pelo fato de as entidades terem realizado uma reu­­nião na área central do Recife, no último dia 9, para deliberar sobre greve, o que estava proibido por decisão judicial. As associações ne­gam que esse tenha sido o teor da assembleia. “Ninguém, em momento nenhum, falou de greve. Foi um ato para tratar do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES)”, explicou o advoga­­do da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), François Cabral.
O representante disse ain­da considerar a decisão judicial equivocada a ponto de que, até se quisessem, eventualmente, convocar uma assembleia para delibe­rar sobre a possibilidade de a operação padrão ser encer­rada, as associações teriam problemas. “Foi determinada uma multa de R$ 500 mil se for feita uma nova reunião. Se houvesse essa intenção, só poderíamos convocar uma assembleia se retirassem essa decisão”, avaliou Cabral.
Por enquanto, nenhuma assembleia está prevista. “As pressões têm vindo de todas as formas e tem faltado diálogo. Mas temos cumprido toda determinação da Justiça”, resumiu o presidente da Aspra-PE, José Roberto Vieira.
Fonte: Folha de Pernambuco

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